quinta-feira, 7 de abril de 2011

Alguém colocou a arma na mão do psicopata do Realengo


Cerca de 65% da população brasileira participou do massacre do Realengo. São os mesmos honrados cidadãos que votaram contra a proibição do comércio de armas de fogo no país, no referendo de 2005.

Com certeza, estão todos indignados e perplexos. Horrorizados. Como pode acontecer uma tragédia dessas? Logo aqui? Uma terra de gente tão cordial e pacífica.

Um dos motivos é simples, lamento lembrá-los, senhores de bem: o psicopata que matou as crianças da escola Tasso de Oliveira estava com uma pistola na mão. E tinha muita munição.

A resposta já está na ponta da língua, não é mesmo, paladinos da liberdade? O armamento foi comprado no mercado negro, o maníaco não tinha porte. Esse crime hediondo ocorreria de qualquer forma, não é?

Pois continuem nessa ingrata missão de aplacar vossas consciências. Boa sorte nessa luta inglória.

Podem limpar as mãos sujas de sangue com suas lágrimas comoventes. Podem comemorar a entrada do Brasil no Primeiro Mundo. Aquele em que há assassinatos em massa, principalmente nos corredores de escolas. Fomos batizados com uma extrema-unção.

Já não somos mais abençoados. Mas nos tornamos, enfim, uma nação adulta. Deveriam ser coerentes, os que acham justo uma pessoa carregar armas na cintura. Que tal reivindicar que supermercados e farmácias comercializem revólveres e balas de grosso calibre?

É agora que vamos precisar nos defender! Outros assassinos virão, a guerra está apenas começando. Nossos filhos têm que estar preparados. Está cheio de maluco violento por aí.

(Marco Antonio Araújo)


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