sábado, 2 de outubro de 2010

Um certo olhar sobre a pesquisa

Que alegria, diz a Eternidade,
Ver o filho da minha esperança
Apaixonar-se pela pesquisa,
Pois em sua mente
Coloquei inúmeros dos meus sonhos
E gostaria tanto que se tornassem realidade.

A pesquisa,
Começou a explicar a Eternidade,
É, antes de qualquer coisa, o gesto do jovem camponês
Que se vai,
Revolvendo a pedra dos campos,
Descobrindo lesmas e gafanhotos,
Ou milhares de formigas atarefadas.

A pesquisa,
É a caminhada pelos bosques e pântanos
Para tentar explicar,
Vendo folhas e flores,
Por que a vida apresenta tantos rostos.

A pesquisa
É a fusão em um só crisol,
De observações, teorias e hipóteses
Para ver se cristalizar
Algumas parcelas de verdade.

A pesquisa,
É ao mesmo tempo, trabalho e reflexão
Para que os homens
Achem todos um pouco de pão
E mais liberdade
Também é olhar para o passado
Para encontrar nos antigos
Alguns grãos de sabedoria
Capazes de germinar
No coração dos homens de amanhã.

A pesquisa
É o tatear em um labirinto,
E aquele que não conheceu a embriaguez de procurar seu rumo
Não sabe reconhecer o verdadeiro caminho
A pesquisa
É a surpresa, a cada descoberta,
De se ver recuar as fronteiras do desconhecido,
Como se a natureza, cheia de mistérios,
Procurasse fugir de seu descobridor.

A pesquisa
Diz finalmente a Eternidade, ´
É o trabalho do jardineiro
Que quer se tornar,
No jardim de minha criação,
O parceiro de minhas esperanças.

Gérard-B. Martin
Au fil des événements, 6 de dezembro de 1994
(Jornal da Universidade Laval)

Nenhum comentário: