quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Pronunciamento de Marilena Chauí





O vídeo foi feito no "Ato por Dilma Presidente" que ocorreu na Faculdade de Direito do Largo São Francisco (USP). Envio o vídeo especialmente pela fala da Profª Marilena Chauí - que vai até pouco mais que os 6min20s. Marilena Chauí deixa claro: José Serra, que não tem programa a apresentar para o Brasil nesse momento (não pode explicitar seu projeto neoliberal, não consegue se opor ao programa do PT), introduz esse debate medieval sobre o aborto pra fugir do fracasso que sua candidatura representa. E, para isso, diz Marilena, conta com a ajuda de três famílias - possivelmente ela se refere aos Marinho (donos da Globo), aos Fria (donos da Folha) e aos Civita (donos da Veja).

A discussão sobre o aborto é bastante importante: muitas (muitas mesmo!) mulheres pobres morrem (ou adoecem gravemente) por recorrerem, num ato extremo, aos métodos mais precários para interromperem sua gravidez. As mulheres ricas, como se sabe, têm acesso - porque podem pagar por isso - a maneiras mais seguras de o fazerem. Em resumo: o aborto é um problema sério de saúde pública. E é preciso discuti-lo! Mas por que justo agora? Será que esse é o principal assunto numa campanha de disputa pela presidência da República? É isso que está em jogo nessas eleições? O que ocorre é que o tema está sendo instrumentalizado para criar um clima de inquisição no debate eleitoral. Para demonizar nossa candidata.

O argumento central de Marilena Chauí é o que deve nos guiar nessa batalha do 2º turno: o país não está votando num Plebiscito Nacional sobre o aborto. O país vai às urnas dia 31/10 para dizer, principalmente, se quer a continuidade e a ampliação do projeto transformador de Lula e Dilma, ou se quer o retrocesso para o governo privatista e concentrador de renda de Serra e FHC. É esse o debate que importa. E é dele que Serra foge - porque lhe é infinitamente desfavorável. Não se enganem: há todos os dedos de Serra nessa que é a mais torpe das campanhas eleitorais desde o fim da ditadura militar no Brasil.

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