domingo, 19 de julho de 2009

Rilmacy Leandro com saudades de IP


Sou de 63 meu nome é Rilmacy esposa de Pedro, filho de Antonio Ribeiro, moro em Porto Velho- Ro desde 1989. Você que comentou sobre a praça; não de uma praça qualquer, mas a praça da igreja de Ipaumirim(fiz uma analepse) e confesso quase não voltava a realidade.
Poxa! que pracinha, amigos, sonhos e saudades. Todos tão inocentes! Felizes talvez livres. Muitas vezes ansiosos, a idade permitia.
Há!jamais poderia esquecer o mercado, ele também fez parte da vida > de muitos jovens, logo descobriram que lá era tão legal quanto a praça(eu fui adepta) sentia-me no céu, talvez pela altura da calçada, dávamos várias voltas, em seguida o retorno era certo à praça da igreja. Quando percebíamos todos estavam reunidos novamente na pracinha acima citada.
A vida, tão bem vivida (apesar das dificuldades) tudo era tão mágico.
As ruas também não eram qualquer uma, o pé de lírio da Dona Irinéia perfumava-as (ao escrevereste texto sinto o mesmo perfume),víamos tudo vendo.
Hoje o tempo não nos permite. Que pena!
A escola, D. Francisco de Assis Pires, a mais perfeita do mundo (composta por Luizita, madrinha Olga, Socorro Nóbrega etc) para brincarmos improvisávamos naturalmente: bola de saco plástico recheado de papéis, (tinha um valor! nem tentem avaliá-la) para as práticas esportivas. As tertúlias,a educação física. Nino Som5 era a razão da felicidade de muitos. Nos ensaios era presença certa ao sairmos da escola.
O Clube Recreativo de Ipaumirim famoso CRI (hoje em decomposição), local de eventos diversificados. Na palhoça, as festas eram organizadas para promover bem-estar aos adolescentes, jovens onde todos eram agraciados, contribuindo para uma formação
saudável.
Tornamo-nos adultos bem resolvidos e hoje espalhados por este Brasil afora lutando, ora pela sobrevivência, ora pela conquista da paz tão sonhada .
Lembro-me de todos os eventos, de janeiro à dezembro: dia 20 de janeiro, festa na pedra, carnaval, dia dos estudantes, 7 de setembro, festival do guaraná no centro comunitário. Hoje em todos os rincões do país, os filhos desta cidade única, que propicia lembranças diversas colaboram com responsabilidade, de forma direta ou indiretamente com a nação.
Apesar das saudades podemos dizer como valeu a pena fazer parte desta história.

Um abraço!
Rimacy

Oi Rilmacy, eu queria ter uma foto sua para postar junto com seu texto. Se você tiver disponível, pode enviar.
As suas lembranças me transportaram a um texto de Fernando Pessoa - através do seu heterônimo Bernardo Guimarães - no Livro do Desassossego.

(...)
"Saudades! Tenho-as até do que me não foi nada, por uma angústia de fuga do tempo e uma doença do mistério da vida. Caras que via habitualmente nas minhas ruas habituais - se deixo de vê-las entristeço; e não me foram nada, a não ser o símbolo de toda a vida."