quinta-feira, 11 de junho de 2015

Repertório das ruas




Na fila do elevador e de repente vejo uma aparição. Chega uma mulher que parecia ter saído de um filme centro-americano. Cabelo na cintura, cacheado e repicado,  de um tom negro daqueles que vc só consegue se usar  uma antiga tinta que vendia nas barracas de feira da minha terra, era um pó e se chamava “Tinta Sol”. No rosto, uma maquiagem  pesadíssima. Olhos claros. Blusa decotada, seios fartos expostos num decote profundo. Um colarzinho discreto pra realçar os peitos. Minissaia estampada e sandália dourada com pedrarias.  O conjunto era uma paleta de cores indescritível. Uma composição que nem  Salvador Dali seria capaz de imaginar. Ainda bem que eram três horas da tarde.
A rua é tudo.
ML.

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