domingo, 14 de março de 2010

A violência de todos os dias


Hoje, domingo, dia para ser tranquilo. 10 horas da manhã e lá vou eu buscar umas encomendas para uma reunião de poucos e bons amigos. Numa rua movimentada, em área mais movimentada ainda, vejo um movimento estranho no primeiro carro da fila, no semáforo. Presto atenção e o que vejo? Três moleques franzinos de revólver em punho assaltando calmamente um carro. O carro que estava na minha frente deu ré e eu fiz o mesmo,também lentamente. Enquanto isso, os demais carros iam parando. pronto, parou o trânsito. Os moleques ainda tiveram a audácia de revistar a moça que saiu de mãos para cima. E mais, foram revistá-la já na calçada. E todos os carros esperando que o assalto terminasse.
Depois, os tres entraram no carro e foram embora calmamente. Nem saíram em disparada. As pessoas se aproximaram para ajudar o assaltado. Uma moça que tem uma banquinha de balas na frente de um colégio, exatamente defronte ao assalto, ficou paradinha, olhando. No more.
E eu, continuei o meu caminho fazendo o que tinha saído pra fazer. Parei num posto de gasolina. O rapaz do posto me ofereceu água porque viu que eu estava chocada. Depois, fui em frente buscar as tais coisas que estavam esperando.
Resultado: paguei, recebi e esqueci um bocado de coisas sobre o balcão. Só me dei conta quando cheguei em casa. Hoje, todo mundo vai comer torta do jeito que der. Ficaram pratinhos, guardanapos, copos, bolas, vela e talheres. Ir buscar? Nem pensar. Pra mim, chega.
Tenho lido bastante sobre o sertão de Pernambuco na primeira metade do século passado. Regra nº 1: Matar até pode, roubar nunca. O roubo é imperdoável. Os juris estavam cheios de assassinos libertados. Ladrão nunca. Matar e roubar era a senha para o buracão, direto, sem escala.
Imagina essa regra valendo hoje.
Desculpe o desabafo mas bem que falta quem dê conta da ordem e da paz. Direitos humanos pagam imposto?
ML

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