Se você alcança uma certa longevidade e tem um parceiro bacana, mantenha-o, claro . Mas se está sozinha e já teve vários bons romances, vai procurar sarna pra se coçar a troco de quê?
O amor liberta? De certa forma, sim. Amar faz você desprender-se da razão, incorporar novos hábitos, expandir seus sentimentos, invadir recantos da sua alma nunca antes explorados. De fato, é bem poético e libertador amar.
Mas tem seus contratempos, lógico. A convivência entre duas pessoas nem sempre é um mar de calmaria, muitas concessões necessitam ser feitas, ou seja, alma gêmea não existe, é conversa. Ainda assim, é melhor estar amando do que não estar amando. Ao menos até uma determinada idade.
Circulam por aí reportagens que enaltecem o amor aos 70, 80 anos, dizendo que nunca devemos encerrar as buscas, que o amor merece ser encontrado em qualquer etapa da vida. Merece, mas tenho ressalvas a fazer.
Se você alcança uma certa longevidade e tem um parceiro bacana, mantenha-o, claro. Mas se você está sozinha da silva, já teve vários bons romances na vida e está em paz com a sua solidão, vai procurar sarna pra se coçar a troco de quê?
Há duas mulheres famosas na faixa dos 60 anos que, depois de amarem muito, já manifestaram publicamente a sua desistência em seguir procurando companhia (ainda que eu intua que esse desprendimento ainda vai lhes proporcionar novas surpresas amorosas). Mas, enfim, são mulheres inteligentes e bem resolvidas, e essa postura de “largar de mão” me inspirou: pretendo seguir a mesma cartilha. Não que eu colecione desilusões, pelo contrário. Não tenho do que me queixar.
Há duas mulheres famosas na faixa dos 60 anos que, depois de amarem muito, já manifestaram publicamente a sua desistência em seguir procurando companhia (ainda que eu intua que esse desprendimento ainda vai lhes proporcionar novas surpresas amorosas). Mas, enfim, são mulheres inteligentes e bem resolvidas, e essa postura de “largar de mão” me inspirou: pretendo seguir a mesma cartilha. Não que eu colecione desilusões, pelo contrário. Não tenho do que me queixar.
Já vivi o lado zen e o lado tsunâmico do amor, e o saldo é de puro prazer e gratidão. Sou totalmente pró-amor, nem penso em aposentadoria agora. Mas o agora vai se transformar em depois, e depois é outra história.
Estou sem a menor pressa de que o tempo passe, mas vai passar e quando eu chegar nos meus 60 e tantos, bem saudável, independente e mantendo o espírito da juventude (estão rindo do quê?), pretendo curtir a vida mais do que já curto hoje. E não haverá problema em estar sozinha, caso estiver.
Quem tem amigos, não se aperta. Ainda mais quando são amigos de diversas tribos, diversas idades, gente com a cabeça aberta, o humor tinindo, bem informados - existe turma melhor?
Depois de uma noitada regada a ótimas conversas, você pega sua bolsa e volta pra casa, pega seu livro, se esparrama na cama e dorme até a hora que quiser, se for final de semana - e se não for, também.
Além de amigos, ter algum dinheiro é importante, lamento tocar nesse assunto desagradável. É ele que possibilitará que você viaje, vá a shows, receba gente querida em casa, se presenteie com pequenos mimos. Sim, você pode fazer tudo isso com um parceiro ao lado, mas não na hora que você bem entender e sem dar satisfações.
Tudo terá que ser negociado. E será preciso abrir espaço na agenda para os amigos dele, a família dele, as carências dele, as doenças dele, as galinhagens dele. Será que, maduríssima da silva, terei tempo e paciência para me dedicar tanto assim à manutenção de uma relação nova?
Sem falar em continuar tendo que se preocupar com o próprio corpo, com as artimanhas da sedução, com o sexo. Ai, o sexo... Sentirei saudades.
Poético e libertador é pensar que nunca estarei sem ninguém, porque chega uma hora em que a gente decide que é alguém, e basta.
Fonte: http://entrelacos.blogger.com.br/
Fonte: http://entrelacos.blogger.com.br/
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