segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Isto é globalização


Rádio Blogue: Nomes próprios
(Carla Hilário)

A decisão de dar a uma filha o nome Lyonce Viiktórya foi recebida pelo país com estupefacção. Luciana Abreu e Yannick Djaló, os pais da inocente, explicaram num comunicado que Lyonce resultava da «fusão entre Luciana e Yannick» e que Viiktórya representava um grito de revolta contra a maldade no mundo, etc. Uma fonte do Ministério da Justiça disse ao Correio da Manhã que «os nomes próprios estrangeiros são permitidos se algum dos progenitores do registando for estrangeiro ou tiver outra nacionalidade além da portuguesa». Sabemos que Djaló é natural da Guiné-Bissau. Mas Lyonce Viiktórya não é um nome estrangeiro. É só inventado. Recomendo, a propósito, uma consulta à lista de vocábulos admitidos e não admitidos como nomes próprios do Instituto dos Registos e do Notariado. Aí temos os nomes que foram motivo de consulta e despacho até Setembro do ano passado. Houve, por exemplo, quem tivesse consultado o Registo Civil sobre o nome Adonai para um filho. O nome foi aprovado. No entanto, Deus só é permitido como segundo nome, precedido da partícula «de». Já Deusa, Deusa Bela ou o vocábulo único Deusabela estão, graças ao Estado, fora de questão. Quase todos os nomes próprios que começam pela letra «k» foram recusados. E talvez por estar escrito com zê, Elizabete não foi aprovado. Joana do Mar, Laura do Mar e Maria do Mar são permitidos. Mas Maria Sol, não. Musa não. Ninfa, sim. Teresinha, sim. Rosinha, não. Salazar, sim. Fidel, não. Compreende os critérios para a admissão de vocábulos como nomes próprios? Até que ponto devem ser permitidos nomes inventados que desafiam a compreensão e a ortografia?

Fonte:http://bomba-inteligente.blogs.sapo.pt/

Cá comigo: Os portugueses precisam visitar os cartórios de registro civil do Brasil, particularmente os do Nordeste. Menos: bastava ler a lista de aprovados no vestibular.

Nossos vizinhos






Quanto custa o silêncio da Rádio Difusora de Cajazeiras?

Há pouco mais de 10 anos que faço parte da imprensa, para mim é algo fantástico a comunicação, faço rádio por amor e com muita dedicação, o tempo vai passando e junto com ele acompanhamos as mudanças. Mudanças em todos os sentidos, na postura ética, no respeito ao próximo, enfim, até no assédio moral, hoje praticado por partes dos donos de emissoras de rádios, que usam seus veículos para defenderem seus interesses pessoais utilizando de seus profissionais como “bombas’”.

A Difusora é o xodó da comunicação sertaneja, é a senhora da comunicação, por muito tempo foi respeitada, mais hoje é tratada com o mínimo de respeito, o mínimo adquirido em razão do poder de mídia que ainda mantém. Sua conduta jornalística lhe tirou todas as credenciais de respeito.

Já passei por lá, conheço muito bem a casa, e não estou cuspindo no prato que comi. Primeiro, porque quando lá estive, foi a convite, e segundo, não ganhei nada de graça porque o recebido foi fruto do meu suor.

Mais a pergunta é, quanto custa para calar a voz da rádio Difusora de Cajazeiras?

Não sei especificar totalmente o valor, mais que em 2010 o dono da emissora faturou mais de MEIO MILHÃO prestando serviços à prefeitura de Cajazeiras, isso é o certo, quem ta dizendo isso não é o Blog do Fuxico, e sim, o Tribunal de Contas do Estado que publicou em seu site. Por isso que vou colocar na matéria páginas do SAGRES para não haver dúvida.

Combustíveis são comprados no posto do dono da rádio Difusora, casa alugada pertencente ao dono da rádio Difusora de Cajazeiras, inclusive, o aluguel custa R$ 3000.00 (Três Mil Reais), motos são compradas na empresa do dono da rádio Difusora enfim, com todos esses benefícios fica difícil à rádio Difusora falar mal de um “PAI” tão generoso na qualidade do prefeito de Cajazeiras.

Amigos e amigas, a Difusora não tem o direito de vender mentiras, manipular consciência.

Fonte: www.blogdofuxico.com.br

Pensão a ex-governadores

Por Cairo Arruda
(membro da ACI)


Esse tema está provocando muitas discussões e polêmica no seio da sociedade, dada a sua importância e seriedade.
A propósito, em passado recente, em alguns estados, os ex-Prefeitos gozavam desse privilégio, que, por sinal, foi extinto (salvo engano), por força da Constituição Federal de 1988.
Evidentemente, é inconcebível, o individuo ser eleito para administrar o seu município, recebendo subsídio, e ao deixar o cargo, passar a perceber pensão vitalícia, ainda que pobre na forma da lei.
Na minha interpretação, a coisa não pode ser diferente em relação aos ex-Governadores.
Poderia até se justificar, em alguns casos em que o ex-gestor é reconhecidamente pobre, necessitando, portanto, de um auxilio do Estado, para sobreviver. Mas, para tanto, precisaria haver um critério justo de seleção, para se evitar abusos, como têm acontecido ao longo dos anos.
No Ceará, por exemplo, um ex-presidente da Assembléia Legislativa, por haver assumido o cargo de Governador por poucos dias, foi beneficiado com a dita pensão, o que causou indignação à sociedade cearense. Em Mato Grosso, a legislação que concede pensão a ex-Governadores tem como autor o próprio beneficiado, que, quando ainda era deputado estadual, Humberto Bosalpo (DEM) propôs projeto que, mais tarde, garantiria sua aposentadoria especial como ex-Governador. Ele nunca foi eleito para o cargo de chefe do Executivo estadual, porém, como presidente da Assembléia Legislativa local, governou o Estado por 10 dias, o que lhe deu direito ao benefício.
Considero essa flexibilidade da legislação, um absurdo e uma aberração, que deve ser corrigida o quanto antes, visando à moralidade da coisa pública.
Órgãos como o Ministério Público, OAB, CNBB e outros, devem adotar uma posição de combate a esse estado de coisas, a exemplo do que foi feito com o projeto de iniciativa popular da Ficha Limpa.

E-mail: cairomiri@yahoo.com.br

ATENÇÃO

do orkut de Naylê

Foto do orkut de Aldenir


Matéria sobre as chuvas em Ipaumirim - CE

http://noticiasnoisdivulga.blogspot.com/2011/01/chuvas-mais-uma-vez-causam-transtornos.html

Veja a matéria com imagens no link acima.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Som do domingo

Projeto no Ceará reduz para menos da metade taxa de mortalidade infantil


FORTALEZA E RIO - Com uma ideia simples, de baixo custo e que recebeu o sugestivo nome de Trevo de Quatro Folhas, o município de Sobral, no Ceará, mudou a sorte de milhares de crianças e mães na última década. Desde a implantação do projeto em 2001, que consiste num acompanhamento cuidadoso com assistência social e alimentar para grávidas e crianças de até 2 anos, a taxa de mortalidade infantil caiu de 29 para 13,6 a cada mil nascidos vivos em 2010; há dois, não há registro de morte materna no município.

No Trevo, o papel de protagonista fica com as mães sociais. São mulheres treinadas por uma equipe formada por enfermeiras, psicólogas e assistentes sociais que vão de casa em casa dando orientação às gestantes sobre aleitamento materno, cuidados de higiene; e também estimulam os pais a dividirem com as mulheres o cuidado com os filhos.

O sucesso do projeto ganhou reconhecimento internacional. O Trevo tirou o primeiro lugar na categoria Inovação Social, numa das edições do prêmio concedido pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe das Nações Unidas (Cepal), organismo da ONU, e pela Fundação Kellogg dentro do projeto Experiências em Inovação Social.

O Trevo também é um dos destaques do livro "Da inovação social à política pública. Histórias de Êxito na América Latina e Caribe", de autoria dos jurados do concurso Nohra Rey de Marulanda e Francisco B. Tancredi, que está sendo traduzido para o português e será lançado no Brasil neste primeiro semestre.

A publicação da Cepal (já editada em inglês e espanhol) apresenta os 25 programas mais inovadores, com participação comunitária, e mostra como ideias simples e de baixo custo viram políticas públicas, se houver vontade dos governos.

Mães sociais atuam como cuidadoras
Para María Elisa Bernal, diretora do programa Experiências em Inovação Social da Cepal, o que mais impressionou no projeto desenvolvido no Ceará é que a mortalidade materna e infantil não é tratada apenas como uma questão de saúde. Mas também como um questão socioeconômica.

"Muitas mulheres grávidas não podem seguir orientações médicas porque não têm quem as ajude. A mãe social cumpre o papel" - afirma María Elisa, uma das responsáveis por fazer recomendações aos governos dos países da América Latina para que adotem medidas como estas.

No Ceará, há dois meses o Projeto Trevo virou política pública graças a uma lei aprovada. A novidade garante a permanência do projeto, com dotação orçamentária, independentemente da troca de prefeitos. A ideia surgiu após análise feita com as famílias sempre que alguma criança morria. O trabalho minucioso foi chamado de "autópsia verbal". Além do pré-natal iniciado tardiamente, verificou-se que a principal causa de mortalidade materna na gravidez é a hipertensão, conta a enfermeira-obstetra Júlia dos Santos Sousa, coordenadora do Trevo. Além de medicamentos, elas precisavam de repouso que dificilmente cumpriam.

"Se o médico prescrevia repouso, não era possível fazer, pois tinham que continuar a rotina de cuidados com a casa, marido e os filhos" - diz Júlia.

"Aí surgiu a ideia da mãe social: uma pessoa da comunidade, paga pelo município, que atua como educadora e cuidadora" - conta a pediatra Ana Cecília Sucupira, idealizadora do Trevo que no início da década de 2000 dava consultoria à prefeitura de Sobral.

Outro atrativo é o baixo custo do projeto. Em 2009, o Trevo acompanhou 2.076 famílias em Sobral. Foram investidos R$ 686 mil - menos de 175 dólares por família ao ano. O valor inclui as despesas com pagamento de pessoal, logística e custeio.

Foram cinco edições do concurso organizado pela Cepal, com 4.800 concorrentes, todos de iniciativa popular. Dos participantes saíram ideias eficientes em vários países da América Latina que podem ser replicadas, segundo Martín Hopenhayn, Diretor da Divisão de Desenvolvimento Social da Cepal.

O Brasil se destacou, apresentando 1.004 projetos. Cinco deles estão relatados no livro Da Inovação Social à Política Pública, lançado primeiramente no Instituto das Américas, em San Diego, na Califórnia, para dar visibilidade às ideias.

Além do Trevo de Quatro Folhas, há destaque para o Observatório Social de Maringá (PR), de fiscalização das contas públicas; o Pintando o Sete (BA); Projeto Erradicação do Trabalho Infantil (MG), o Saúde Alegria (AM) e o Projeto de Reflorestamento Econômico (RO).
Fonte: Do Blog de Noblat, enviada por Flávio Lúcio

Chove chuva

Foto do orkut de Naylê

Vi no twitter de Simone Vieira e no orkut de Nailê que choveu muito em Ip de ontem pra hoje.

Procissão de São Sebastião de volta à Pedra no dia 21 - IP 2011

Festa na Blitz

Arrocha, São Sebastião!

sábado, 29 de janeiro de 2011

Álbum da semana: XIX Encontro dos Filhos e Amigos de Ipaumirim - Janeiro 2011

Flacilde (de Beatriz)

Marli e Maria Eunice


Noemia

Luiz Neto, Fernando, Maria Alves, ?, Puíca


Mana Jorge, ?, Aldenir e Aurina

Jarisvalda e Valquíria

Nilce e filha

Vivaldo, Paulo Alves e esposa

Maria Luiza e Mazim Oliveira


Luiz Neto e Paulo Bila

Elza de Julinha

Maria Nery

Terezinha Nóbrega e Liduina Farias


Maria Luiza, Rosângela, Zeneide,
Zé Lúcio, Carlão e Juh Gouveia
-Encontro na praça no dia 17 -


Vilany Nóbrega e Jacqueline

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011


Festa no meio da semana é sempre menos movimentada mas não é - nem de longe - uma festa apagada. A Festa de São Sebastião 2011 foi assim. Muita gente mas sem o alvoroço dos eventos no fim da semana. Boa, divertida, todo mundo aproveitou porque teve diversão saudável para todos os gostos e idades. Tudo nos conformes, não houve excessos, a segurança funcionou legal. De modo geral, eu diria que foi uma festa comportada, daquelas que você solta a criançada pra brincar e fica tranqüilo.
Como não sou onipresente, não deu para ver tudo mas vou contar pra vocês o que vi. Tin tin por tin tin. Se você viu algo mais, mande dizer que eu publico. A minha versão é sempre a minha versão, a sua pode ser outra e as observações coletivas são sempre mais interessantes e diversificadas.
Eu sei que tem gente esperando a resenha da festa e não dá tempo publicar tudo. Aos poucos, vou publicando algumas fotos e contando mais alguma coisa que eu for lembrando ou que me enviarem.
ML.

Pelas ruas que andei

Detalhe das instalações do parque de diversões

Brinquedo no parque

Detalhe das instalações do parque


Detalhe das instalações do parque



Lixo na Praça São Sebastião


Lixo na Praça São Sebastião

Detalhe de conservação da Praça São Sebastião


Asfalto nas ruas principais


Detalhe de instalações elétricas no teto na entrada do mercado público


Conservação das ruas de Ip

Segurança no trãnsito:
5 pessoas numa moto

Calçamento da rua Coronel Gustavo Lima


Depois de atravessar aquela tira de farofa preta, vulgarmente conhecida como estrada, você chega à Vila São José vindo pela BR 116. Como estão construindo a ponte, a partir daí faz um desvio para entrar no centro da cidade. Se a ponte já estivesse construída (será que o contrato tem prazo pra terminar?), você encontraria o açougue e a lavanderia pública literalmente indigentes. Sujos, caindo aos pedaços e esperando que uma enchente tenha misericórdia e tire aquele entulho do meio do caminho. Deixar dois prédios daqueles na principal entrada do núcleo urbano é como se a cidade inteira usasse cueca na cara.
As vias urbanas estão literalmente esbagaçadas. Aliás, faz tempo que anda assim. Eu esperava que estivessem melhor pois o Informativo Municipal de 19.01.2010, apresenta uma operação “tapa buracos nas ruas da sede e distritos e a recuperação asfáltica nas ruas da sede do município” como obra urbana concluída e/ou em execução ainda no início do ano passado.
A Cel Gustavo Lima, o entorno do comércio é um horror. Aliás, a cidade inteira estava cheia de poças de lama depois da chuvinha que deu. Precisei ir, à noite, lá na Fazendinha e quis ir caminhando porque o clima estava agradável. No período de chuvas , a rua geralmente enche de sapos e rãs mas na avenida Dr. Arruda, que sempre teve muito sapo no inverno, não vi quase nenhum. Acho que sapo não lava mais o pé. Será? Ou será que nem eles querem mais se submeter ao excesso de buracos?
Nem vou comentar sobre aquela área onde fica instalado o parque de diversões e o comércio de barracas. Tudo do mesmo jeito do ano anterior. Instalações precárias colocando em risco a vida das pessoas, falta de fiscalização da vigilância sanitária, a insalubridade é um horror. É uma falta de respeito à vida. Romeiro é pobre mas pobre é gente. Um dia a casa cai e ninguém sabe porque aconteceu. Segurança não é só botar a polícia para vigiar excessos, é cuidar da saúde e da vida das pessoas. Na próxima festa, é salutar que o Ministério Público dê uma olhada por ali e se pronuncie sobre os riscos das instalações e da vigilância sanitária.
O posto de saúde está tão arrumadinho (só vi por fora) e arrodeado por aquela bagunça. Imagine quem mora por ali o que padece todos os anos.
O trânsito nem precisa falar porque é a esculhambação de sempre. É uma barbárie. Estacionamento em cima das calçadas. O povo manda tirar o cavalete e passa onde o trânsito está interrompido. Se for moto, nem isso. Descaradamente sobem as calçadas. Aliás, as motos são um caso à parte. Moro numa cidade onde o trânsito é um inferno mas nem lá as motos fazem as piruetas que fazem em Ipaumirim. De repente, eu fico pensando se, por aqui, carteira para dirigir moto é tirada por sorteio. Não precisa aprender nada. Falta competência, fiscalização ou educação para que as coisas cheguem ao ponto que chegaram? O desvario no trânsito expõe a todos inclusive os próprios condutores. Idosos e crianças vivem constantemente expostos aos riscos.
Nem preciso dizer que a cidade não tem condições de hospedagem e alimentação. Todo mundo que vai e não tem amigos e/ou parentes por lá, já sabe que vai para uma prova de resistência.
Y se eso fuera poco, a cidade não tinha água. Aliás, há bastante tempo está sem água. Mas a Cagece continua firme e forte cobrando a sua continha mensal. Quem conseguia água, era de poço, cacimbão, sei lá o que. A qualidade da água ninguém sabe porque na hora do sufoco, tem que ter água mesmo e pronto. Não excluo a possibilidade de que o surto de diarréia e vômito que deu na cidade pode estar relacionado com a qualidade da água. Lá em casa, uma dúzia de pessoas adoeceram inclusive eu.
Voltando ao informativo municipal do ano passado, eu não vi as seguintes obras que foram nele anunciadas :
- Construção de uma creche modelo padrão FNDE/PROINFÂNCIA
- Construção do Centro do Idoso
- Construção da Praça da Juventude
- Construção do Mini estádio municipal
- Construção da quadra poliesportiva.
Estou falando do que eu vi e/ou li em documento produzido por assessoria de imprensa para o Governo Municipal. Não vou falar do ouvi dizer porque dependendo da pessoa com quem você conversa, a informação muda. Sei que alguns sítios estão com água encanada mas não sei a extensão das obras.
As pontes em construção não são obras do governo municipal e portanto se elas não andam no ritmo certo não é culpa apenas do prefeito mas de toda a comunidade que não se mobiliza para fazer as coisas acontecerem.

O SAGRADO

Procissão
foto do orkut de Josecy Almeida

A festa religiosa foi muito bonita, tudo que envolve fé tem algo mágico e solene. Padre Sebastião, com empolgação, comandou os rituais com muita energia.
Dia 11, buscar o santo na Pedra de São Sebastião, novenas todas as noites, a missa da Pedra cedinho da manhã no dia 20, a missa das 10 horas, na matriz, ambas com participação expressiva da comunidade.
A procissão foi seguida por bandas de música, muitos fiéis e uma ocorrência meio fora do contexto. No meio do cortejo, estava um carro de som enfeitado de fotos de políticos (Eunicío Oliveira, Daniel Oliveira, Dilma Rousseff e parece que Cid Gomes).Uma coisa totalmente fora de propósito. O caminhão tomou conta do meio da rua e todo mundo, inclusive o andor, teve que arrodeá-lo para seguir o percurso. Depois, não sei que fim levou porque acompanhei lá na frente.
O encerramento da festa foi grandioso, no largo da igreja, e embora tenha gente da política dizendo - no twitter - que falou lá na hora, eu só vi o padre falando. De repente, eu estava cansada após o percurso e dormi em pé. Tudo pode acontecer.

A benção do Santíssimo e o show pirotécnico foram muito bonitos. Valeu a pena.
Duas coisas sempre causam problemas à festa religiosa: a falta de infraestrutura da Pedra para realização da missa campal e os acessos que, entra ano e sai ano, não conseguem melhorar. A romaria é um ato de fé mas o percurso até a pedra é uma aventura. É uma coisa recorrente essa visão ultrapassada de associar romaria à desconforto.
A TV Verdes Mares esteve por lá mas não vi TV e portanto não sei o que registrou.
A volta do santo à Pedra, no dia 21, tinha bastante gente apesar do tempo chuvoso.

O Profano




Música e dança não faltou. ACRI, Forripá e Blitz não deixaram por menos.
É inegável que a festa do Forripá foi, de longe, a mais animada. O comentário não acirra disputas porque parece ter havido um acordo de cavalheiros entre Blitz e Forripá, ficando a primeira com o inicio da noite e o segundo a partir daí. A ACRI tem um público mais adulto de forma que não dá para incentivar competições desnecessárias.Teve para todos.
No dia 19, entrei rapidamente na Blitz e achei muito devagar, talvez pela hora em que passei por lá, 20 horas. De qualquer maneira, tinha gente mas não teve o impacto de anos anteriores. Um segurança com uma lâmpada elétrica montada numa instalação super precária examinava o carimbo no braço dos pagantes na entrada da casa de eventos. Um perigo. A banda Lagosta bronzeada teve a petulância de estacionar seu ônibus no meio da rua impedindo totalmente a circulação de carros na direção da rua das Flores. Mas, também, o que não pode no trânsito de Ip?


Nos dias 18 e 19, o pátio da festa no Forripá estava lotado. Muito animado. Eu só não sei como se dança naquele piso. Quem estava de salto alto deve ter arrebentado o sapato. Mas festa é festa e quando a animação toma conta, quem vai pensar em sapato? Nos arredores, muita briga de tapa mas nada incontrolável. Moto era o que tinha, as motos fecharam os becos e a meninada pagou pra ver. Eu, sinceramente, fiquei com inveja. Inveja branca por supuesto. No próximo ano, preciso uma preparação física para não ficar fora dessa coisa maravilhosa que é a alegria da juventude.



A festa dançante dos Filhos e Amigos de Ip foi boa. Teve um público legal, muita gente que ainda não tinha vindo, apareceu por lá. Tudo muito tranqüilo. Quando João Dino cantou “A cerejeira não é rosa mais”, de Zezé Gonzaga, juro que fiquei deprimida. Nada contra músicas antigas mas achar que alguma alegria resiste a determinado tipo de melodia é muuuuuuuuuuuita falta de sintonia. Tem coisas que só cabem na hora da saudade e olha que eu sou das que gosto de música antiga. Imagine quem não gosta. Depois tocou um carnavalzinho, aquele mesmo desde sempre, aí o pessoal dançou. Daí a pouco, Aldeísio Nery subiu no palco para cantar e, em que pese sua ainda bonita voz, foi uma melancolia só. Nem fluoxetina segura uma onda dessa. Fui olhar o forró da garotada para repor minha energia vital. Sinceramente, faltou conjunto e repertório. Bem diz o ditado popular: um é pouco, dois é bom, três é demais.

Homenagens da ACRI

Na solenidade da ACRI realizada na Câmara Municipal de Ipaumirim foram homenageados Antocildo Ribeiro, Edmilson Quirino, Mundinha Vieira Rolim, Almir Pinto, Zefinha Batista e eu. O cerimonial foi simples, discreto e bem organizado. A seguir, foi oferecido um coquetel no próprio recinto.
Fora eu que nunca fiz nada por Ip, as homenagens foram mais do que justas. Antocildo (Nino) é um médico muito atencioso e muito querido pela gente da terra. Com toda a precariedade da saúde local, lá está ele invariavelmente paciente a atender a longa fila de enfermos. Edmilson Quirino, homem decente, trabalhador, carismático, tranqüilo, conseguiu com pertinácia e coragem manter em Ip o único espaço de diversão saudável para todas as idades principalmente para os mais jovens. A Toca do Jia enquanto existiu foi parada obrigatória para todos que passaram por aqui. Mundinha Vieira, mulher forte e competente, segura em suas convicções e séria em seus propósitos, foi secretária da Educação em Ip. Almir Pinto, veterinário, muitos anos servindo a EMATERCE no escritório local. Reservado, funcionário cumpridor do dever e sempre prestativo. Zefinha Batista gente da gente, trabalhou muitos anos no cartório eleitoral. Empreendedora e destemida, conhecida por todos que viveram em Ip. Fiquei contente e agradeço a gentileza do convite que me permitiu participar da festa ao lado de tanta gente boa.
Espero que no próximo ano a ACRI redescubra seus homenageados entre os habitantes do município, pessoas que fazem o cotidiano ipaumirinense e trabalham pelo bem do município. Gente do campo e da cidade que anonimamente batalha, dia a dia, para fazer um Ip melhor.

HOMENAGEM ÀS MULHERES DE IP

Salão do colégio onde foi servido o jantar-
Foto do orkut de Josecy Almeida

O jantar em homenagem às 100 mulheres de Ip aconteceu nas dependências da Escola D. Francisco de Assis Pires. Muito bem organizado, ambiente agradável e Zê, a grande anfitriã da noite, dispensa comentários. As suas iniciativas levam sua marca pela grandiosidade do seu caráter que nos faz eternos devedores de seu carinho.
A festa pode estar pra lá de borocoxô mas quem não se anima ao rever familiares e amigos? É este o sentido do nosso encontro anual. Ver que a cada ano chegam pessoas que ainda não tinham vindo já é tudo. Sentimos falta dos que não puderam comparecer este ano mas todos estiveram de alguma forma presentes através da nossa lembrança. Colegas do Grupo Escolar D. Francisco de Assis Pires, do Ginásio XI de Agosto, antigos vizinhos que migraram para longe e agora voltam para o reencontro. Gente que não está nem um pingo interessada na politicagem local e que fica um pouco decepcionada ao ver que veio de tão longe e encontrou um Ipaumirim de iniciativas acanhadas, tão fora das demandas que movem o mundo no século XXI.
Ip congelou no tempo o discurso e a ação. Pequeno, dividido, refém de interesses insignificantes. Um jeito antigo de ser como se ainda fosse possível pensar-se e se guiar pelos mesmos princípios e métodos ultrapassados que iluminaram suas antigas lideranças. Ip vive o vácuo entre o passado precário e a falta de rumo na atualidade. Não se preocupou e nem se preocupa em incentivar a formação de jovens lideranças. O resultado tá aí: entre o passado e o futuro, o presente é um limbo. Somos invisíveis e dependemos da insuportável e humilhante caridade política de lideranças estrangeiras. Dali e d’acolá. Daqui, nada.
Com uma identidade impregnada de ranços, Ip consegue minar até iniciativas saudáveis como deveria ser a ACRI que foi imaginada por Zenira como um abrigo para muito além das miudezas da alma e da politicagem local.
Precisamos compreender a ACRI como um território comum a todos, sem vinculações partidárias e sem abrigar os resíduos da querela política mal resolvida. Seria até inconseqüente imaginá-la como um gueto partidário num lugar em que a migração entre partidos é mais diversificada e veloz que rodízio de pizza.
Para se renovar e não repetir os erros históricos da política, a ACRI precisa se repensar, mudar o seu modelo de gestão e ação, inovar nas suas iniciativas e sair da mesmice. Que pelo menos a entidade seja um momento de respirar democracia e participação. Que tenha uma ação mais ampla, mais dinâmica e mais presente no cotidiano de Ip. Se não mudarmos, vamos continuar igual ao nosso modelo político: decadente, interesseiro e ultrapassado.
ACORDA ALAGOINHA!

ML

domingo, 16 de janeiro de 2011

Rádio Blogue: Homofobia e liberdade de expressão (Carla H. Quevedo)


A história do caso que chocou o país nos últimos dias não demora a contar: um homem foi assassinado por outro num contexto de violência doméstica. A notoriedade do cronista, um homicida de 21 anos e a brutalidade com que o crime foi cometido preencheram páginas de jornais e horas diárias de televisão. Mas apesar de o homicídio de Carlos Castro merecer sobretudo notas de pesar pela vítima, as caixas de comentários de jornais online contrariaram o ingenuamente esperado bom senso, tendo sido invadidas por insultos homofóbicos. O país que viu ser aprovada na Assembleia da República a lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo também está nestas caixas de comentários. Negar a evidência é criar uma ilusão sobre uma parte substancial da população que se manifesta, desinibida, na Internet. A coberto ou não do anonimato, aquelas pessoas disseram o que pensavam sobre o caso. E o que pensam é assustador. O facto levou a que Ferreira Fernandes, no Diário de Notícias, mostrasse uma preocupação especial com os comentários nos jornais online que incluíam ameaças de morte. O problema é sério, mas não é difícil de resolver: estes comentários devem ser censurados e denunciados à Polícia. O caso da página do Facebook de apoio ao assassino é de Polícia e deve ser resolvido pelos tribunais. O combate à homofobia, no entanto, não se faz combatendo a liberdade de expressão. Não é proibindo as pessoas de falar que a sua opinião muda. A balbúrdia inerente à democracia é preferível à compostura própria do politicamente correcto. Portugal é um país de homofóbicos? A liberdade de expressão tem limites?

Fonte: http://www.readmetro.com/show/en/Lisbon/20110114/16/1/

sábado, 15 de janeiro de 2011

Festa de São Sebastião


Eventos promovidos pela Associação Cultural e Recreativa de Ipaumirim - ACRI
Programação:
Dia 18.01.2011
19h - Missa em Ação de Graças
Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição
21 h - Festa dançante
Local: Praça da Matriz
22h - Show pirotécnico
24 h - Confraternização
Dia 19.01.2011
19h - Homenagens: Entrega de títulos ao agraciados
Local: Câmara Municipal de Ipaumirim
22h - Jantar em homenagem às mulheres
Local: Loja Maçônica Deus e Ipaumirim (Fazendinha)

Nota de falecimento enviada por José Eudon Leite de Lira

1944 - 2011

É com pesar que comunico o falecimento do meu tio José Leite de Souza ocorrido no dia de ontem e sepultado no dia de hoje em Aparecida de Goiânia/GO.
Tio Zé vinha lutando contra um tumor na boca e não resistiu a infecção contraída após procedimento cirúrgico realizado em dezembro.
A família esperava pela recuperação, mas quis Deus aliviar o sofrimento dele chamando-o para junto de sí. Esse é o nosso conforto, pois a vontade de Deus é a que deve prevalecer.
Ele era natural de Ipaumirim/CE (Sítio Ingá), filho de Pedro Custódio de Souza e Maria Gonçalves Leite.
Ontem, completou 1 ano que retornou de passeio à sua terra natal, onde reviu parentes, amigos e raízes. Era um prenúncio da despedida que lhe aprouve proporcionar o criador.

Os sintomas de uma nova crise alimentar mundial


Os preços mundiais do arroz, do trigo, do açúcar, da cevada e da carne seguiram altos ou registraram significativos aumentos em 2011, podendo replicar a crise de 2007-2008, alerta a FAO. No final de 2010, ocorreram protestos na China pelos altos preços das refeições de estudantes. Nos primeiros dias de 2011, já ocorreram protestos na Argélia e também na Tunísia, onde protestos de rua causaram a morte de pelo menos 20 pessoas. "Estamos entrando em um terreno perigoso", alerta economista da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação.

Thalif Deen - Rebelión

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), com sede em Roma, alertou a semana passada que os preços mundiais do arroz, do trigo, do açúcar, da cevada e da carne seguiram altos ou registraram significativos aumentos em 2011, podendo replicar a crise de 2007-2008. Rob Vos, diretor de políticas de desenvolvimento e análise no Departamento de Economia e Assuntos Sociais da ONU relata que o aumento dos preços já está afetando vários países em desenvolvimento. Ele indicou ainda que nações como Índia e outras do leste e do sudoeste da Ásia sofrem inflação de dois dígitos, impulsionada pelo aumento dos preços dos alimentos e da energia. Na Bolívia, o governo se viu obrigado a reduzir os subsídios a alguns dos alimentos da cesta básica, já que estavam provocando uma disparada no déficit fiscal.

As implicações no curto prazo não são apenas que os pobres serão afetados e que mais gente poderá ser arrastada para a pobreza, mas sim que ficará mais difícil a recuperação dos países que enfrentam uma maior inflação e cairá o poder aquisitivo dos consumidores em geral. Alguns bancos centrais estão endurecendo suas políticas monetárias e governos estão se vendo obrigados a apertar o cinto, assinalou Vos, que é também chefe dos economistas da ONU.

Frederic Mousseau, diretor de políticas do Instituto Oakland, com sede em São Francisco, declarou que, em setembro passado, Moçambique já havia sofrido revoltas populares pelos altos preços do pão. Cerca de 13 pessoas morreram nestes protestos. “Ocorreram manifestações em uns 30 países em 2008 e isso pode se repetir agora uma vez que a situação não mudou nos últimos três anos”, sustentou Mousseau, autor do livro “O desafio dos altos preços dos alimentos: uma revisão das respostas para combater a fome”. Os países mais vulneráveis são os mais dependentes das importações e os menos capazes de enfrentar o aumento dos preços nos mercados com políticas públicas, sustentou. Isso concerne a muitas das nações mais pobres, com menos recursos, menos instituições e menos mecanismos públicos para apoiar a produção de alimentos”, explicou ainda Mousseau.

No final do ano passado ocorreram protestos na China pelos altos preços das refeições dos estudantes do ensino secundário, e na Argélia, pelo aumento do preço da farinha, do leite e do açúcar. Os argelinos voltaram a tomar as ruas na semana passada para protestar contra as duras condições econômicas. As manifestações terminaram com três mortos e centenas de feridos, enquanto que, na vizinha Tunísia, distúrbios similares causaram pelo menos 20 vítimas fatais.

Segundo o índice da FAO divulgado na semana passada, os preços dos cereais, dos grãos oleaginosos, lácteos, carnes e açúcar seguiram aumentando por seis meses consecutivos. “Estamos entrando em um terreno perigoso”, disse Abdolreza Abbassian, economista da FAO, para um jornal de Londres. Mousseau explicou que os preços começaram a aumentar em 2010 após as quebras de safras na Rússia e Europa Oriental, em parte causadas pelos incêndios de verão. Agora, as severas inundações que atingiram a Austrália, quarto maior exportador mundial de trigo, provavelmente afetarão a produção desse cultivo, elevando ainda os preços. “Qualquer outro acontecimento, como outro desastre climático em algum país exportador ou um novo aumento do preço do petróleo, sem dúvida alguma fará os preços dispararem, tornando a situação pior que a de 2008 e ameaçando o sustento de milhões de pessoas em todo o mundo”, acrescentou.

Por outro lado, Mousseau esclareceu que não se trata agora de um problema de escassez, como ocorreu em 2007-2008. “Não se pode usar a palavra escassez se consideramos que mais de um terço dos cereais produzidos no mundo são usados como alimento para animais, e que uma parte cada vez maior é utilizada para produzir agrocombustíveis”, observou. De fato, produziram-se 2,23 bilhões de toneladas de cereais no mundo em 2008, uma cifra sem precedentes. O nível de produção para o período 2010-2011 é levemente menor que o de 2008. A diferença é que, em 2008, foi o arroz que impulsionou a alta de preços, enquanto que, desta vez, é o trigo. Mas, em todo o caso, há uma combinação de fatores agindo: uma má colheita em uma parte do mundo provoca uma pressão sobre o mercado, que envia sinais negativos aos especuladores. Esses então começam a comprar e os preços disparam.

Tradução: Katarina Peixoto

Fonte: http://www.cartamaior.com.br/

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Gravação original




O clip caseiro, original, gravado em Paulista, Pernambuco. Muito mais criativo e interessante que a versão imediatamente posterior lançada por Aviões do Forró.

Bruxinhas adoráveis




Ganhei uma bruxinha da cidade de Esperança que me foi presenteada por um ex-aluno daquela cidade. Eu sou literalmente apaixonada por bruxinhas mas apenas essas tradicionais que povoaram minha casa de bonecas. Nada de bonecas estilizadas. Semana passada, visitei a FENAHALL, um evento de artesanato que é bem fraquinho mas valeu a pena porque comprei um casal de noivos, uma nega maluca e um padre paramentado. Show. Qualquer dia tiro fotos das minhas bruxinhas e mostro pra vocês. Quando eu tiver tempo, vou aprender a faze-las. Ando com bastante interesse em fazer trabalhos manuais. Viajo nas minhas rústicas e modestissimas produções. Agora, ando fazendo uma manta supercolorida. Não é um exemplo de acabamento mas ela está bem vistosa. Eu mesma me elogio e só mostro pra quem acha o máximo. Se botar defeito, eu tiro da lista dos que tem o privilégio de conhecer minhas ousadias artísticas.Realmente trabalhar com as mãos me desliga do stress. É o que vale.

ML

ML

A vida passa

Medo de se apaixonar ([Fabricio Carpinejar])


"Você tem medo de se apaixonar. Medo de sofrer o que não está acostumada. Medo de se conhecer e esquecer outra vez. Medo de sacrificar a amizade. Medo de perder a vontade de trabalhar, de aguardar que alguma coisa mude de repente, de alterar o trajeto para apressar encontros. Medo se o telefone toca, se o telefone não toca. Medo da curiosidade, de ouvir o nome dele em qualquer conversa. Medo de inventar desculpa para se ver livre do medo. Medo de se sentir observada em excesso, de descobrir que a nudez ainda é pouca perto de um olhar insistente. Não suportar ser olhada com esmero e devoção. Nem os anjos, nem Deus agüentam uma reza por mais de duas horas. Medo de ser engolida como se fosse líquido, de ser beijada como se fosse líquen, de ser tragada como se fosse leve. Você tem medo de se apaixonar por si mesma logo agora que tinha desistido de sua vida. Medo de enfrentar a infância, o seio que criou para aquecer as mãos quando criança, medo de ser a última a vir para a mesa, a última a voltar da rua, a última a chorar. Você tem medo de se apaixonar e não prever o que pode sumir, o que pode desaparecer. Medo de se roubar para dar a ele, de ser roubada e pedir de volta. Medo de que ele seja um canalha, medo de que seja um poeta, medo de que seja amoroso, medo de que seja um pilantra, incerta do que realmente quer, talvez todos em um único homem, todos um pouco por dia. Medo do imprevisível que foi planejado. Medo de que ele morda os lábios e prove o seu sangue. Você tem medo de oferecer o lado mais fraco do corpo. O corpo mais lado da fraqueza. Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado. Medo de se ultrapassar e se esperar por anos, até que você antes disso e você depois disso possam se coincidir novamente. Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam. Medo de que ele inspire a violência da posse, a violência do egoísmo, que não queira repartir ele com mais ninguém, nem com seu passado. Medo de que não queira se repartir com mais ninguém, além dele. Medo de que ele seja melhor do que suas respostas, pior do que as suas dúvidas. Medo de que ele não seja vulgar para escorraçar mas deliciosamente rude para chamar, que ele se vire para não dormir, que ele se acorde ao escutar sua voz. Medo de ser sugada como se fosse pólen, soprada como se fosse brasa, recolhida como se fosse paz. Medo de ser destruída, aniquilada, devastada e não reclamar da beleza das ruínas. Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer. Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção. Medo da independência dele, de sua algazarra, de sua facilidade em fazer amigas. Medo de que ele não precise de você. Medo de ser uma brincadeira dele quando fala sério ou que banque o sério quando faz uma brincadeira. Medo do cheiro dos travesseiros. Medo do cheiro das roupas. Medo do cheiro nos cabelos. Medo de não respirar sem recuar. Medo de que o medo de entrar no medo seja maior do que o medo de sair do medo. Medo de não ser convincente na cama, persuasiva no silêncio, carente no fôlego. Medo de que a alegria seja apreensão, de que o contentamento seja ansiedade. Medo de não soltar as pernas das pernas dele. Medo de soltar as pernas das pernas dele. Medo de convidá-lo a entrar, medo de deixá-lo ir. Medo da vergonha que vem junto da sinceridade. Medo da perfeição que não interessa. Medo de machucar, ferir, agredir para não ser machucada, ferida, agredida. Medo de estragar a felicidade por não merecê-la. Medo de não mastigar a felicidade por respeito. Medo de passar pela felicidade sem reconhecê-la. Medo do cansaço de parecer inteligente quando não há o que opinar. Medo de interromper o que recém iniciou, de começar o que terminou. Medo de faltar as aulas e mentir como foram. Medo do aniversário sem ele por perto, dos bares e das baladas sem ele por perto, do convívio sem alguém para se mostrar. Medo de enlouquecer sozinha. Não há nada mais triste do que enlouquecer sozinha. Você tem medo de já estar apaixonada."

[Fabricio Carpinejar]

A arte de amar (Manuel Bandeira)



Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus – ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Por que os corpos se entendem, mas as almas não.

Fonte: http://omundocomoelee.blogspot.com/