Maryse Vaillant, uma das mais famosas psicólogas francesas da atualidade, causou polêmica ao defender, em livro recém-lançado na França, que a infidelidade masculina faz bem para o relacionamento e para a autoestima do homem. Na publicação "Les hommes, l'amour, la fidélité" (Os homens, o amor, a fidelidade), a autora afirma que para a maioria dos comprometidos a infidelidade é quase inevitável e essencial para o funcionamento psíquico – e que apesar de pularem a cerca, eles não deixam de amar suas mulheres. A psicóloga não para por aí: “Os homens que não têm casos extraconjugais podem ser portadores de uma fraqueza de caráter, por negarem as suas vontades”.
Antes que você, homem, saia correndo para comprar o livro e justificar um possível flagra, é bom saber que a maior parte da mulherada não assina embaixo daquilo que diz a psicóloga. “Não faz o menor sentido, esse comportamento não está predefinido na testosterona, principal hormônio masculino. A traição não é compreensível só porque ele é homem. Se está compromissado, é porque escolheu estar com aquela pessoa. As pessoas têm o desejo, mas também têm o poder de controlá-lo”, opina Christina M*, advogada. Para a produtora fotográfica Simone Monteiro, os homens precisam saber de suas responsabilidades e dos reflexos negativos que a traição pode causar sobre a mulher enganada: “Se ele realmente gosta da sua companheira, não vai trair. É preciso ponderar que, caso ela descubra, as consequências psicológicas podem ser devastadoras”.
Mas a psicóloga não está sozinha na sua leitura pouco convencional do comportamento masculino. “Acredito que a sedução, o flerte, a conquista e, sobretudo, a variedade são um prazer para os homens. Intenso o suficiente para que sintam necessidade de trair. Neste aspecto, concordo: a infidelidade faz bem para a autoestima. Em contrapartida, acredito que só fará bem ao relacionamento se a infidelidade for casual, aquela que acontece por um motivo especial ou um mecanismo de afirmação sobre o que ele sente pela parceira fixa”, considera a jornalista Taís Lambert. Já a roqueira baiana Pitty, em fevereiro de 2009, deu a seguinte declaração: “Meu grilo não é o meu parceiro sentir desejo por outra pessoa. É o fato de eu não saber. Eu quero me sentir incluída. A mina é massa? É gostosa? Me leva junto!”.
O psicólogo especialista em relacionamento amoroso e professor do Instituto de Psicologia Experimental da USP (Universidade de São Paulo), Ailton Amélio da Silva, alerta que todos nós estamos sujeitos à traição amorosa, pois a infidelidade sempre acompanhou os relacionamentos amorosos em qualquer contexto e cultura – mesmo naquelas que tomaram medidas extremas para coibir. Com opinião conflitante à da psicóloga francesa, Amélio relata que a traição pode prejudicar o relacionamento: “Quando um parceiro se interessa fortemente por um terceiro, isto faz com que ele perca o envolvimento e a energia em relação ao parceiro oficial. O relacionamento se torna pouco estimulante, a atração sexual e romântica diminui muito e o clima negativo se instala, com quantidade excessiva de brigas”. Diferentemente do que ocorre com as mulheres infiéis, os homens são menos julgados. Seja por não engravidarem, seja pela anuência social, o fato é que eles ainda se sentem mais à vontade para se envolverem com outras. “Trair é o mesmo que enganar, seja na área afetiva ou sexual. Seja homem ou mulher, é preciso respeitar as relações”, opina o autor do livro “O mapa do amor” (Editora Gente).
O que eles dizem
As mulheres podem relatar diversas razões para infidelidade masculina. Mas o que eles podem dizer a respeito? A resposta é o tema do livro "The truth about cheating" ("A verdade sobre a traição", ainda inédito no Brasil), do terapeuta norte-americano M. Gary Neuman, que entrevistou 200 homens para descobrir os motivos para a infidelidade. Resultados:
Apenas 12% revelam ter traído as companheiras com mulheres mais atraentes
40% confessam que conheceram a amante no trabalho
48% dos homens relatam que o principal motivo para a traição é o infelicidade emocional
77% dos infiéis têm amigos que já traíram as companheiras – essa convivência faz com que os homens enxerguem a infidelidade como algo aceitável
Antes que você, homem, saia correndo para comprar o livro e justificar um possível flagra, é bom saber que a maior parte da mulherada não assina embaixo daquilo que diz a psicóloga. “Não faz o menor sentido, esse comportamento não está predefinido na testosterona, principal hormônio masculino. A traição não é compreensível só porque ele é homem. Se está compromissado, é porque escolheu estar com aquela pessoa. As pessoas têm o desejo, mas também têm o poder de controlá-lo”, opina Christina M*, advogada. Para a produtora fotográfica Simone Monteiro, os homens precisam saber de suas responsabilidades e dos reflexos negativos que a traição pode causar sobre a mulher enganada: “Se ele realmente gosta da sua companheira, não vai trair. É preciso ponderar que, caso ela descubra, as consequências psicológicas podem ser devastadoras”.
Mas a psicóloga não está sozinha na sua leitura pouco convencional do comportamento masculino. “Acredito que a sedução, o flerte, a conquista e, sobretudo, a variedade são um prazer para os homens. Intenso o suficiente para que sintam necessidade de trair. Neste aspecto, concordo: a infidelidade faz bem para a autoestima. Em contrapartida, acredito que só fará bem ao relacionamento se a infidelidade for casual, aquela que acontece por um motivo especial ou um mecanismo de afirmação sobre o que ele sente pela parceira fixa”, considera a jornalista Taís Lambert. Já a roqueira baiana Pitty, em fevereiro de 2009, deu a seguinte declaração: “Meu grilo não é o meu parceiro sentir desejo por outra pessoa. É o fato de eu não saber. Eu quero me sentir incluída. A mina é massa? É gostosa? Me leva junto!”.
O psicólogo especialista em relacionamento amoroso e professor do Instituto de Psicologia Experimental da USP (Universidade de São Paulo), Ailton Amélio da Silva, alerta que todos nós estamos sujeitos à traição amorosa, pois a infidelidade sempre acompanhou os relacionamentos amorosos em qualquer contexto e cultura – mesmo naquelas que tomaram medidas extremas para coibir. Com opinião conflitante à da psicóloga francesa, Amélio relata que a traição pode prejudicar o relacionamento: “Quando um parceiro se interessa fortemente por um terceiro, isto faz com que ele perca o envolvimento e a energia em relação ao parceiro oficial. O relacionamento se torna pouco estimulante, a atração sexual e romântica diminui muito e o clima negativo se instala, com quantidade excessiva de brigas”. Diferentemente do que ocorre com as mulheres infiéis, os homens são menos julgados. Seja por não engravidarem, seja pela anuência social, o fato é que eles ainda se sentem mais à vontade para se envolverem com outras. “Trair é o mesmo que enganar, seja na área afetiva ou sexual. Seja homem ou mulher, é preciso respeitar as relações”, opina o autor do livro “O mapa do amor” (Editora Gente).
O que eles dizem
As mulheres podem relatar diversas razões para infidelidade masculina. Mas o que eles podem dizer a respeito? A resposta é o tema do livro "The truth about cheating" ("A verdade sobre a traição", ainda inédito no Brasil), do terapeuta norte-americano M. Gary Neuman, que entrevistou 200 homens para descobrir os motivos para a infidelidade. Resultados:
Apenas 12% revelam ter traído as companheiras com mulheres mais atraentes
40% confessam que conheceram a amante no trabalho
48% dos homens relatam que o principal motivo para a traição é o infelicidade emocional
77% dos infiéis têm amigos que já traíram as companheiras – essa convivência faz com que os homens enxerguem a infidelidade como algo aceitável
67% se dizem arrependidos
(WILSON DELL'ISOLA
Colaboração para o UOL)
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