terça-feira, 1 de setembro de 2009

A bem da verdade

Por Cairo Arruda
(membro da ACI)

A Imprensa, principalmente a escrita, vem, através de alguns comentaristas políticos, (com destaque para os que escrevem no jornal O Tempo, de BH ), criticando, sobremaneira, o PT, notadamente o Presidente Lula, pela sua posição política nos episódios que afetam o Senado, porque não dizer, o seu atual dirigente José Sarney.
Como é público e notório, depois de disputar por três vezes ( sem êxito ) a eleição presidencial, Lula e seus mentores, inclusive o “marketeiro”, resolveram mudar de estratégia, em matéria de campanha eleitoral e de filosofia de apoio, pois, do contrário, não chegaria ao Planalto.
Com os políticos de que o Brasil dispõe, ou o candidato à presidência da república parte para coligações, ( deixando, nas mais das vezes, de lado, a ideologia partidária), ou não chega lá. E, depois que “sobe a rampa e senta-se na cadeira”, tem que ampliar o leque de alianças, ou não terá condições de governar, por mais que conte com o apoio dos seus governados, e tenha as melhores intenções em acertar.
Isso, não acontece somente com o PT, e sim, com qualquer partido, seja PSDB, PSOL, PV, etc.
Com o sistema presidencialista, a par dos congressistas que temos, com raríssimas exceções, o chefe da nação ou se dobra a evidência dos fatos, (do toma-lá-dá-cá) ou fica na situação do então presidente Fernando Collor, que, achando que pelo fato de ter tido uma maioria esmagadora no pleito para presidente, poderia governar só com o apoio do povo brasileiro, descartando a necessidade da maioria parlamentar, terminou sofrendo impedimento, atingido que foi, pelas denúncias do próprio irmão Pedro.
Invocando o que acontece com o futebol: se o time está perdendo, a culpa pode ser do árbitro, que, geralmente é taxado de omisso e/ou ladrão, do técnico que não soube escalá-lo ou falhou nas devidas substituições.
Em se tratando da seleção brasileira, por exemplo, o Dunga (em cujo trabalho sempre acreditei e continuo acreditando), vinha sendo criticado por boa parte dos adeptos do futebol e comentaristas esportivos (e ele pouco se importando com as críticas – sabendo humildemente esperar a ação do tempo, confiando, sobretudo, em si e nos seus jogadores), fez a nossa equipe chegar aonde chegou: 1º lugar dentre as que disputam as eliminatórias da copa do mundo de 2010, superando, até agora, a própria Argentina, considerada até então, como favorita.
Enquanto Dunga destaca-se como técnico da nossa seleção, Lula, que vem sendo seriamente censurado pelas suas posições políticas, está com 70% de aprovação dos brasileiros, fenômeno que surpreende a todos, principalmente aos cientistas políticos. Como se explica isso?
Comenta-se que, ninguém mais que os petistas, quando oposição nos governos de Collor e FHC, eram ferrêneos defensores de CPIs, e agora, à frente do Governo, fazem de tudo para abafá-las.
O brasileiro tem memória curta, mesmo.
Pergunto aos que criticam essa postura dos petistas e aliados: quantas comissões parlamentares de inquérito o Governo FHC abafou? Eu respondo: salvo engano, 32. E hoje, incoerentemente, a oposição, destacando-se o PSDB, arvora-se de arauto da moralidade administrativa. Como se vê, ela prega moralidade, mas não a prática.
Costumo lembrar, a bem da verdade, o dito de um homem simples do interior cearense: Do dizer pro fazer tem 1 70 metros de distância !

cairomiri@yahoo.com.br

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