quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Nossos vizinhos


Aurora, Um presente da Igreja *

Desfraldando com um facão rabo de Galo, com a batina Moída pelo tempo, nos araçás ainda úmidos na boca quente, os sabiás pulavam de galo em galho, a aurora boreal a registrar o momento.

Na manhã de 1825, o cedro, as carnaúbas, os marmeleiros, na brisa da paisagem, a cruz deslocada aos pioneiros, dos irmãos lazaristas, aos missionários, a primeira cabana é erigida, na verdade uma capela, ou mais precisamente, um oratório de um padre, um penitente.

A Contemplar a seara da Messe aos olhares atentos de seus irmãos, seus amigos, familiares e parentes. A Chama de uma lágrima floresce na face daquela fisionomia sofrida e retorna a terra que feliz fica ao ver aquela forte figura cadavérica entregar os pontos, do pensar para o alto, e fazer a ligação entre o humano e o divino.

Sob as palhas do oratório, na prensa de uma cabana, com o cheiro forte da celulose, parava a ciclose e começava missa, batizados e casamentos. A Igreja entrando nas matas, virgens, nuas, e ecológicas ao som do maestro natural de Crato a rumar sertão adentro o ouvir ainda, do Rio Salgado, potável nas águas, a riqueza de uma região em andamento.

O Padre a ouvir a cantilena, de uma sobrinha não contente, haja preces, e mais preces ao casamento, da primeira devota do Menino Deus - Maria Leite dos Santos, no choro da estola aos pés do padre Antonio Leite de Oliveira, a súplica de uma irmã da fé, nascia, naquele momento, pois, em lágrimas rogava e pedia que se um esposo encontrasse, em um tempo ou a um só templo um oratório ergueria.

Do Aracati ao Crato, um tropeiro conduzia, uma condução de burros, todos paramentados na estrada que trazia, nos juazeiros do Cariri, uma nova estrada surgia, na fatiga da poeira da estrada, na orla de um rio parava, o príncipe dos sonhos de Maria.

Quando um burro se afogava, Francisco Xavier de Sousa, gritava, som que penetrou nos suave auvidos de Maria, acudira com precisão, mais no calor da emoção, enquanto o burro saia, o olhar penetrava, o véu ao chão caira, força de uma seta, talvez fosse uma reta, o coração dos dois jovens em calor se ebuliram.

Numa casa de taipa, uma tapera, uns fachos aos jogos e folguedos, o jovem gritava e aplaudia, eram gritos de derrota e de vitória que o jogo lhe trazia, na verdade uma grande paixão, que nasceu no rio e na mesa de Maria.

O Padre que conhecia a história e as preces de Maria, lembrou de seu juramento, já foi falando em casamento, que foi um contentamento para os dois que admirados lhe ouviam.

Assim nasce o oratório do Menino Deus, todo ornamentado, simples e bem cuidado pelo amor de Maria.

De Francisco Xavier da estrada o seu estado, um lindo sobrado, pensava, as posses de sua esposa a obra construía em 1831, A Fazenda logradouro seu oásis possuía. Da fazenda para a venda uma nova história nascia, pois no grito de Paulinho Nogueira, na soleira do sobrado o nome Aurora surgia.

A Velha história se esconde, pois a cratense Aurora Leite Teixeira dá um basta à hipocrisia, revelando o seu romance com o coronel que na rua da vala nascia, um amor que não podia, assim veio para a venda, ergueu também uma capela, criando uma contenda, nasceu logo uma desavença entre sobrinha e tia.

O Padre sabiamente, delimitou bem ligeiro, a área de atuação, destas duas heroínas uma ficou o nome a outro o padroeiro.
O Tempo jogado no espaço a esperar um luzeiro, em novembro de 2009 José Cícero é o obreiro, na secretaria de cultura, num passo firme e certeiro, ao consultar o estado, que foi muito hospitaleiro, finalmente na linha do tempo pisado, o sobrado é tombado, ao povo da Terra do Menino Deus é repassado e ao povo de Aurora agraciado com o seu primeiro prédio feito em alvenaria.

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* Texto escrito e enviado por Luiz Domingos de Luna - Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra – Aurora, Ceará
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Fonte: http://www.icoenoticia.com/2011/02/aurora-um-presente-da-igreja.html

Um comentário:

Livro Digital de Luiz Domingos de Luna disse...

Sou por demais grato, a Maria Luiza pela publicação do meu artigo Aurora, um presente da Igreja, principalmente, quando já se conhece o brilho da luz do Blog Alagoinha. Ipaumirim, que desde há muito, tem em seu cerne a seriedade, o compromisso de levar a lume para as novas gerações o conteúdo epistemológico regional, com sabedoria, serenidade e no vendaval da existência do presente, o legado ao fururo de: como as abelhas mestras na construção do fabrico do mel que betumará o convivio interativo dos seres humanos.
Praza Deus, possa eu ser contemplado em ver os meus humildes artigos postados nesta verdadeira vitrine de dubutação do que de melhor, ao banquete virtual, beleza e hospitalidade e a certeza do bom acolhimento, nesta luz que brilha para toda a região sul cearense - Blog Alagoinha. Ipaumirim.
Sempre Grato,
Luiz Domingos de Luna
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