Aurora-(CE), Origens do Núcleo Urbano *
Em meio aos historiadores, existe certa controvérsia sobre a fundação e o fundador da cidade cearense de Aurora.
A povoação que deu origem à cidade propriamente dita e que, primitivamente, se chamou “venda”, teve origem na antiga fazenda “logradouro”, do Padre Antonio Leite de Oliveira, a qual por sua morte ficou pertencendo aos herdeiros, Alferes João Luiz Tavares e Davi Cardoso dos Santos.
Segundo a tradição, o arraial teria sido fundado por Francisco Xavier de Souza, cearense de Aracati, que, tendo chegado à região por volta de 1831, casou-se com Maria dos Santos Xavier...
A denominação de “Venda” prende-se ao fato de que, precisamente no local da Aurora Velha, existia antigamente uma taberna de comestíveis e bebidas, cuja proprietária teria sido uma mulher Chamada Aurora. A Venda era estratégica para pousada e reabastecimento, colocada à beira da estrada que do Icó demandava o Cariri...
“Quando a “Comissão Científica de Exploração de Exploração” por ali passou, em 1859, integravam o povoado a capela de São Benedito e as casas adjacentes, ou seja, a” Aurora Velha. Da referida capela, que se erguia entre o rio e a estrada, restam o sino, que se encontra na igreja Matriz, e duas imagens: Uma do Senhor e outra de Nossa Senhora dos Remédios, estando à primeira na igreja matriz e a segunda numa sala do Hospital de Aurora.
Quando ao padroeiro Menino Deus, da matriz de Aurora, a primeira imagem era de gesso e veio da França. A Atual, que se acha no altar – mor, é de madeira e foi esculpida em 1954, por um escultor português, de nome Joaquim de Souza, residente no Rio de Janeiro.
Próximo da Igreja Matriz, pelo lado esquerdo, ainda existe o sobradinho que o Cel. Xavier mandou edificar em 1831, no qual residiu até mudar-se para o Crato, onde faleceu em 1847. Quando ao sobradinho – Primeiro prédio ali construído – é curioso observar o seguinte: As linhas, caibros e ripas são de cedro, e os pinos com que pregavam as ripas são de pau darco.
As tábuas do soalho, medindo 19 palmos de comprimento e meio de largura, também são de cedro, tendo sido essa madeira tirada nas proximidades, entre o cemitério e o rio, numa evidência de que era sobremodo rica a flora da região.
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** Transcrição do Livro: Aurora História e Folclore do escritor Aurorense Amarílio Gonçalves Tavares-IOCE, 1993 P 12, 13,14.
* Transcrição feita por Luiz Domingos de Luna - Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra – Aurora, Ceará.
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