quarta-feira, 23 de junho de 2010

E haja papel!!

Dossiê tem papel higiênico
Marco Antonio Araújo


Nessa história do suposto dossiê sobre o Serra, é fácil saber quem está mentindo. Todo mundo, é claro. A verdade é uma intrusa nessas horas. E, quando descoberta, é enterrada viva.

Toda campanha é feita de dossiês. Conhecer os pontos fracos do adversário é questão estratégica. Carta na manga e bala na agulha é a diferença entre vencer e trincar os dentes de raiva.

O Serra já foi acusado de espionar seus inimigos muito antes de ser candidato, ainda no governo FHC. Fez uma legião de inimigos por isso. Contra ele pesa também a suspeita de fritar a candidatura de Roseana Sarney em 2002. Ninguém é completamente imperfeito.

Todo partido tem seus aloprados. Arapongagem faz parte de qualquer organograma de campanha. E a imprensa sabe disso. Mas posa de vestal. Faz cara de surpresa quando vê uma armação. E publica, a depender de que lado está.

Dossiê bom é aquele que vaza na hora certa. Ou seja, quando não há mais tempo de ser desmentido. Porque todos são. E fica por isso mesmo.

Não entendo essa implicância contra denúncias em época de eleição. É a única hora em que os políticos se preocupam em prestar e cobrar contas. Acaba tendo um efeito higiênico.

Quero mais é que todos os candidatos se engalfinhem até sangrar. Fora isso só resta os chatíssimos e inúteis programas de governo. Aqueles calhamaços que nunca serão cumpridos. Lenga-lenga, blá-blá-blá.

Vou parafrasear o jornalista americano Murray Kempton. No meio dessa guerra suja chamada política, os candidatos esperam o fim dos combates, descem ao campo de batalha e matam os feridos.

Quem vence uma eleição são os que sobrevivem a ela.

Fonte: http://noticias.r7.com/blogs/o-provocador/

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