Muitas informações se têm sobre a ascendência da família Vieira. Segundo dados pesquisados pelo professor, escritor e historiador, Batista de Lima, bisneto de Félix Antonio Duarte, VIEIRA é sobrenome originário de Santiago de Compostela, na Galícia, norte de Portugal. Por volta de 1120, quando D. Afonso Henrique procedeu a unificação e criou o reino de Portugal, havia, na época, 55 famílias na região e uma delas era a dos Vieiras.
Com a criação do reino de Portugal, a família Vieira deslocou-se para as cidades portuguesas de Leiria e Minho. (...) Os Vieiras que chegaram ao Brasil teriam embarcado na cidade do Porto e desembarcado em Pernambuco de onde se espalharam por todo o Brasil. A família chegou ao Ceará pelo sul do estado, vindo de Pernambuco.
Por volta de 1750, vindo da cidade de Serrinha – Pernambuco – chegou à beira do Riacho do Machado o senhor Manoel Vieira da Costa e se instalou com a esposa, Angélica, no sítio Aba da Serra. Construíram uma casa virada para o nascente e tiveram quatro filhos, entre eles Antonio Félix Vieira, o caçula, que ali nasceu em 1764.
Antonio Félix Vieira casado com Maria Joaquina da Conceição, herdou de seu pai o sítio São José, localizado onde hoje fica o distrito de Mangabeira, município de Lavras da Mangabeira – CE. Outras informações dão conta de que a família Vieira também se acercou da Paraíba e parte dela se fixou em Cajazeiras
Imagem do livro "Em família", p. 85
Uma das filhas de Félix Antonio, Joana Maria de Lima, na intimidade conhecida por Dondon, casou com Vicente Felizardo Vieira, filho único de Bento Vieira e Joana Nunes Vieira, nascido em 1878, no sítio Lagoa do Mato, no município de Cachoeira dos Índios, anteriormente pertencente ao município de Cajazeiras – PB. Com a morte do seu pai, antes do seu nascimento, a viúva volta, com o filho, a morar com seus familiares no sítio Lagoa dos Nunes, município de Várzea Alegre – CE. O casal, Vicente e Dondon, teve nove filhos: Raimunda (Mundinha), Francisco, José (Zeca), Bento, Moisés, Argemiro, Bonifácio, Luiz e Elpídio.
(do orkut de Joana D'arc)
Por volta de 1918, João Augusto de Lima veio a Olho d´água, na ocasião pertencente à jurisdição de Lavras da Mangabeira, com sua sogra, Joana Augusto e o cidadão Luiz Leite da Nóbrega ali fundando o Partido da Aliança Liberal, no prédio que o serviu de sede, ainda hoje chamado de Quarto da Aliança, localizado na atual Rua Zeca Felizardo nº 134, onde funcionou posteriormente a Escola Isolada de Felizardo. Vizinho a esse prédio, João Augusto instalou uma casa de tecidos, posteriormente uma mercearia de secos e molhados que, por conveniência comercial foi transferida para Alagoinha.
Em Olho d’água, sendo herdeiro de uma parte de terras conhecida por Manga, Vicente Felizardo comprou outra parte de terras ao Senhor Inacinho Rolim, pai de Dondon Pires Rolim casada com Herculino, filho de Félix Antonio.
Morando no sítio Pintadinho, manda buscar em Fortaleza uma professora de nome Gabriela para alfabetizar seus filhos e as demais crianças da comunidade. A professora lecionou durante dois anos em sua casa. Depois, veio morar em olho d’água, trouxe outra professora de Fortaleza, de nome Naninha, e, por fim, um professor, de Lavras da Mangabeira chamado Silva Ramos.
Na época não havia estradas, todo tráfego para Fortaleza era realizado de trem a partir da estação de Baixio, a 18 km do distrito.
Plantador de algodão abriu, no local onde hoje está a residência do senhor Zezé Dias, uma pequena indústria de descaroçar algodão, com instrumental rústico, formado de uma serra com dentes de 60 a 80 cm e uma limpadora, conhecida como bolandeira. Mais ou menos em 1925, transferiu-a para Alagoinha com o nome oficial de INDÚSTRIA ALGODOEIRA SÃO FRANCISCO, situada na Rua Bento Vieira, assim denominada em homenagem a seu pai, Bento Vieira. Parte da estrutura da fábrica ainda existe onde funciona o estabelecimento comercial de Paulo Alves de Freitas, em Ipaumirim. Paredes largas e sólidas, com aproximadamente 40 cm. De largura, pilares internos consistentes e sólidos com dimensão de 0,78cm por 1,30m, edificados ao estilo da época à base de barro e tijolos superpostos, sem ferro ou cimento.
Na época, ele residia, em Alagoinha, na atual Rua Monsenhor Manuel Carlos de Morais, nº 76, onde funcionou a LBA (Legião Brasileira de Assistência), atualmente Creche Maria Antonia de Oliveira.
Os negócios prosperavam e por volta de 1920 comprou ao Reverendo Bispo do Crato, todo o patrimônio da Capela de Olho d’Água, pertencente àquela diocese, terreno que se expandia até o cemitério. Anteriormente, entre 1889/1901, doou um terreno de 100m² entre as ruas do Sol (atual, Rua Prefeito Alexandre Gonçalves) e da Sombra (atual Rua Coronel Gustavo Lima) para a igreja de Alagoinha. Por falta de informações, desconhece-se o que foi feito dos terrenos de sua propriedade em Alagoinha.
A indústria se desenvolvia muito bem quando em 1932 surgiu a grande seca conhecida como “Seca de 32” que, na realidade, havia começado em 1929. Neste cenário de seca, Vicente felizardo mantinha contato com Mossoró (onde se centralizava o comércio de algodão), Cajazeiras, Campina Grande e outras circunvizinhas. O algodão era arrumado em fardos de lã, de 50 a 60 quilos, prensados á braço de homens, amarrados com cipó ou corda e transportados em dorso de animais conduzidos pelos comboieiros.
Além da seca e da fome, uma epidemia de febre tifóide assolou o Ceará. Na ocasião, a medicina precária desaconselhava qualquer nutriente ao paciente por acreditar que a alimentação comprometia ainda mais a doença. O tratamento indicado era repouso, antitérmicos e líquidos à base de chá de ervas. A doença se expandiu, causando a morte de várias pessoas inclusive de Vicente Felizardo que faleceu aos 55 anos, em 1933, na cidade de Cajazeiras. Foi sepultado em Olho d’água, ao lado direito do portão do cemitério em jazigo sinalizado por um tronco de madeira. Um mês depois, sua esposa também faleceu e ali foi sepultada.
Com a morte de Vicente Felizardo, tudo mudou. Bento Felizardo, seu filho, gerente da indústria, havia morrido antes do pai. A queda na produção de algodão em face do longo tempo de estiagem e outros agravantes resultaram numa dívida considerável que comprometeu a empresa. Os filhos resolveram encerrá-la. Havia um débito anterior para com o senhor Cícero Fernandes de Sousa, com quem mantinham comércio de algodão na cidade de Mossoró (RN) e a empresa lhe foi entregue como quitação do débito.
Na posse de Cícero Fernandes, a empresa passou a chamar-se Sousa Fernandes & Cia sendo posteriormente vendida para a firma Irmãos Alexandre, de Mauriti, e finalmente, improdutiva, teve suas máquinas vendidas para o Paraguai.
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