A educação já foi bem mais simples se pensarmos numa época em que tudo era aceito passivamente. Era tudo um grande “efeito dominó”, os professores aceitavam o que sistema lhes impunha e os alunos ouviam calados as incoerências de indivíduos bem intencionados, mas nem tão bem preparadas para exercer uma profissão de tamanha responsabilidade.
A era do controle educacional excessivo ruiu, agora é permitido, e como, questionar, reinando um tempo de interação intensa entre docente e discente, seja ela boa ou não.
Na verdade, graças à democracia os professores não são mais obrigados a consentirem, e como seus alunos, tem também direito legítimo à contestação. Em Ipaumirím testemunhamos um caso que infelizmente se torna já corriqueiro também em outros municípios, não a insatisfação da classe com os salários que lhes são destinados e conseqüentemente a greve que perdura. Mas o prejuízo daqueles que são o elo mais fraco, os alunos de parte da rede municipal da cidade que, salvo os que se matricularam na rede estadual, desde o dia 18 março não vão à escola. A desvalorização da profissão de professor é algo que dilacera os corações que acreditam ainda, ser a educação o caminho para mudanças mais amplas. Os percalços existem e são visíveis, mas os tempos são outros e hoje se pode lutar pelo que se acredita.
Mesmo quando em 2004 o senador Cristóvão Buarque propôs a lei nº 11.738, intitulada “Lei do Piso”, que estabelece piso salarial de 950 reais para todos os professores da Educação básica com jornada de trabalho de 40 horas semanais a tão sonhada valorização não veio. A lei deveria gradativamente ser aplicada até 2010, mas como bem se sabe há inúmeros lugares onde tal determinação é ignorada. No último dia 21 de Abril foi realizado em Fortaleza na Praça do Ferreira um manifesto que contou com o apoio da CUT (Central Única dos Trabalhadores), além da presença de educadores de todo o estado, inclusive de nossa cidade protestando por melhores salários.
O impasse segue, se de um lado há o direito de se reivindicar, do outro existe as contra-argumentações da prefeitura, essa parece uma discussão longe de consenso. Aos professores, digo que lutem. Aos alunos, cantarolem, “caminhando e cantando”, só não estudando.
THALLYSSON JOSUÉ
Um comentário:
Parabéns pela a matéria, isso nos encoraja a buscar por dias melhores, acho que o comodismo nos leva a uma regressão. Então busquemos cumprir com as nossas abrigações para termos pulso forte para cobrar nossos direitos.Quando tiver tempo dê uma olhada numas matérias do seu parente de Baixio, Laécio Josué (www.baixioceara.net)
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