O termo foi cunhado por Catherine Hakim, socióloga da London School of Economics, e descobri-o numa notícia no jornal i, que remetia a definição para um artigo na Prospect.
O «capital erótico» consiste numa «mistura decisiva de encantos físicos e sociais» e excede os limites da beleza natural. Segundo Catherine Hakim o «capital erótico» inclui o velhinho «sex appeal», as sempre actuais capacidades de relacionamento social, um corpo atraente e saudável, competência sexual e capacidade de se apresentar bem: boa maquilhagem, bom penteado e boa roupa.
As mulheres, como sempre, são as mais avaliadas, mas também as que tiram mais partido da situação. As que têm o tal «capital erótico», claro. As outras, segundo a socióloga britânica, ganham menos e trabalham mais. Uma explicação para isto é que os empregadores são sobretudo homens, e os homens preferem conviver com mulheres giras. E terão mais dificuldade em conviver com mulheres giras e inteligentes?
A teoria do «capital erótico» parece, aliás, sobreviver à custa do sacrifício da inteligência, quando nada diz que uma mulher atraente não possa ser intelectualmente competente. Se é certo que nem todas as mulheres giras têm cabeça, é também verdadeiro, embora muito menos divulgado, que as feias também podem ser estúpidas.
Como exemplos de detentoras de «capital erótico», Catherine Hakim apresenta Carla Bruni e Michelle Obama, o que confunde as coisas. Nenhuma é conhecida por ser tonta. Querer retirar o cérebro desta questão é útil à teoria, que pretende explicar através de rótulos porque é que há mulheres mais interessantes que outras, observando pontos em comum nas mais bem sucedidas. Estas duas não são nada parvas, diria eu. Segundo Catherine Hakim têm «capital erótico». Talvez as ministras de Sílvio Berlusconi fossem mais adequadas à etiqueta. Mesmo assim, não sabemos se alguma não será uma Claudia Cardinale com alma de Margaret Thatcher. Quem contratava mais depressa para a sua multinacional: Marilyn Monroe ou Simone Weil? Acredita na tese do «capital erótico»?
Fonte: http://www.readmetro.com/show/en/Lisbon/
Fonte: http://www.readmetro.com/show/en/Lisbon/
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