Quem aí assistiu ao filme “O Curioso Caso de Benjamin Button” (foto acima)?
Benjamin (Brad Pitt) nasceu com aparência e doenças típicas de uma pessoa em torno de 80 anos de idade. Ao invés de envelhecer com o passar do tempo, ele foi rejuvenescendo até se tornar um bebê. Lembrei do filme depois de assistir na semana passada ao desempenho de Ciro Gomes.
Dos políticos ainda no batente, Ciro é o mais parecido com Button.
Candidato a presidente da República duas vezes, ministro de Estado duas vezes, governador do Ceará uma vez, deputado federal uma vez e estadual duas, ele corre o risco de encerrar a carreira política como presidente de grêmio estudantil. Em 1979 quando a inaugurou foi candidato a vice-presidente da União Nacional dos Estudantes.
O que fez Ciro para ser candidato a presidente pela terceira vez?
Acreditou que a lembrança do seu nome lhe asseguraria uma posição confortável nas pesquisas de intenção de voto. Isso deu certo até o momento em que os eleitores passaram a prestar atenção em Dilma Rousseff e a entender que ela – e não Ciro – é a candidata de Lula à sua sucessão. De Lula ou de Deus, como Ciro prefere.
Ciro apostou que a insistência do ex-governador Aécio Neves em ser o candidato do PSDB a presidente forçaria José Serra a concorrer a mais um mandato de governador de São Paulo.
Se tal não acontecesse, quem sabe Aécio não acabaria abandonando o PSDB para sair candidato pelo PMDB? Então iria para o espaço o ambicioso plano de Lula de juntar mais de uma dezena de partidos em apoio a Dilma.
Por muito tempo Ciro imaginou que Dilma enfrentaria sérias dificuldades para crescer. E por muito tempo também acreditou na lorota que sua eventual saída do páreo presidencial beneficiaria Serra em detrimento de Dilma.
Assim, talvez o melhor para Lula e o PT fosse engolirem sua candidatura como um remédio amargo. De imediato, Serra deve, sim, ganhar com a saída de Ciro. Mas a longo prazo quem ganhará é Dilma.
Entre tantos erros cometidos por Ciro, o mortal foi mesmo aquele de se comportar como uma candidata a miss.
O que fez Karla Mandro, 19 anos de idade, 60 quilos, 90 centímetros de busto, 63 de cintura e 92 de quadril para se eleger Miss São Paulo 2010 na noite do último sábado?
Malhou, refreou o apetite, cuidou da pele, aprendeu a desfilar e sorriu muito. Ciro fez menos do que ela. Sequer deixou de fumar.
Foi um deputado pouco assíduo às sessões da Câmara. Sumia com freqüência. Ocupou rarefeito espaço na mídia. Interessado em agradar Lula e a pedido dele, transferiu seu domicílio eleitoral para São Paulo.
Jamais seria candidato a governador, como admitiu. Mas durante meses seu nome esteve associado à sucessão de Serra. Ora ele negava a pretensão. Ora a alimentava. Deixou todo mundo confuso.
Na verdade, Ciro contava com a boa vontade de Lula para lhe ceder alguns pequenos partidos de modo a que ele pudesse dispor de tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão como candidato a presidente.
Lula não cedeu nenhum. Cozinhou Ciro em fogo brando. E quando viu Dilma encostar em Serra nas pesquisas eleitorais, concluiu que chegara a hora de ordenar ao PSB que se livrasse de Ciro. O PSB obedeceu.
O que miss Ciro fará daqui para frente?
Imprevisível, audaz e temerário, poderá fazer qualquer coisa ou simplesmente nada. Poderá cuidar apenas da reeleição do irmão, governador do Ceará, da reeleição do seu padrinho político, o senador Tasso Jereissati (PSDB), e da eleição para a Câmara da ex-mulher Patrícia Saboya. Ou poderá aplicar mais alguns golpes em Dilma para se vingar da ingratidão de Lula. Ninguém sabe.
O que se sabe: se Serra vencer, não haverá lugar para Ciro no governo. Os dois são desafetos.
Ao dizer que Serra é mais bem preparado do que Dilma para ser presidente, Ciro fechou de vez a porta de um eventual governo de Dilma. Está completa a obra política mais que perfeita de Ciro.
Benjamin (Brad Pitt) nasceu com aparência e doenças típicas de uma pessoa em torno de 80 anos de idade. Ao invés de envelhecer com o passar do tempo, ele foi rejuvenescendo até se tornar um bebê. Lembrei do filme depois de assistir na semana passada ao desempenho de Ciro Gomes.
Dos políticos ainda no batente, Ciro é o mais parecido com Button.
Candidato a presidente da República duas vezes, ministro de Estado duas vezes, governador do Ceará uma vez, deputado federal uma vez e estadual duas, ele corre o risco de encerrar a carreira política como presidente de grêmio estudantil. Em 1979 quando a inaugurou foi candidato a vice-presidente da União Nacional dos Estudantes.
O que fez Ciro para ser candidato a presidente pela terceira vez?
Acreditou que a lembrança do seu nome lhe asseguraria uma posição confortável nas pesquisas de intenção de voto. Isso deu certo até o momento em que os eleitores passaram a prestar atenção em Dilma Rousseff e a entender que ela – e não Ciro – é a candidata de Lula à sua sucessão. De Lula ou de Deus, como Ciro prefere.
Ciro apostou que a insistência do ex-governador Aécio Neves em ser o candidato do PSDB a presidente forçaria José Serra a concorrer a mais um mandato de governador de São Paulo.
Se tal não acontecesse, quem sabe Aécio não acabaria abandonando o PSDB para sair candidato pelo PMDB? Então iria para o espaço o ambicioso plano de Lula de juntar mais de uma dezena de partidos em apoio a Dilma.
Por muito tempo Ciro imaginou que Dilma enfrentaria sérias dificuldades para crescer. E por muito tempo também acreditou na lorota que sua eventual saída do páreo presidencial beneficiaria Serra em detrimento de Dilma.
Assim, talvez o melhor para Lula e o PT fosse engolirem sua candidatura como um remédio amargo. De imediato, Serra deve, sim, ganhar com a saída de Ciro. Mas a longo prazo quem ganhará é Dilma.
Entre tantos erros cometidos por Ciro, o mortal foi mesmo aquele de se comportar como uma candidata a miss.
O que fez Karla Mandro, 19 anos de idade, 60 quilos, 90 centímetros de busto, 63 de cintura e 92 de quadril para se eleger Miss São Paulo 2010 na noite do último sábado?
Malhou, refreou o apetite, cuidou da pele, aprendeu a desfilar e sorriu muito. Ciro fez menos do que ela. Sequer deixou de fumar.
Foi um deputado pouco assíduo às sessões da Câmara. Sumia com freqüência. Ocupou rarefeito espaço na mídia. Interessado em agradar Lula e a pedido dele, transferiu seu domicílio eleitoral para São Paulo.
Jamais seria candidato a governador, como admitiu. Mas durante meses seu nome esteve associado à sucessão de Serra. Ora ele negava a pretensão. Ora a alimentava. Deixou todo mundo confuso.
Na verdade, Ciro contava com a boa vontade de Lula para lhe ceder alguns pequenos partidos de modo a que ele pudesse dispor de tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão como candidato a presidente.
Lula não cedeu nenhum. Cozinhou Ciro em fogo brando. E quando viu Dilma encostar em Serra nas pesquisas eleitorais, concluiu que chegara a hora de ordenar ao PSB que se livrasse de Ciro. O PSB obedeceu.
O que miss Ciro fará daqui para frente?
Imprevisível, audaz e temerário, poderá fazer qualquer coisa ou simplesmente nada. Poderá cuidar apenas da reeleição do irmão, governador do Ceará, da reeleição do seu padrinho político, o senador Tasso Jereissati (PSDB), e da eleição para a Câmara da ex-mulher Patrícia Saboya. Ou poderá aplicar mais alguns golpes em Dilma para se vingar da ingratidão de Lula. Ninguém sabe.
O que se sabe: se Serra vencer, não haverá lugar para Ciro no governo. Os dois são desafetos.
Ao dizer que Serra é mais bem preparado do que Dilma para ser presidente, Ciro fechou de vez a porta de um eventual governo de Dilma. Está completa a obra política mais que perfeita de Ciro.
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