Progerirh: Ceará terá seis novas barragens
O Governo do Ceará assinou no dia 22 de setembro a operação de crédito junto ao Banco Mundial que garante recursos de US$ 103 milhões destinado ao Projeto de Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos do Ceará (Progerirh). O empréstimo permitirá que o Ceará continue a melhorar a gestão dos recursos hídricos e a expansão do acesso à água potável nas áreas urbanas e rurais, mesmo durante períodos de seca. Os recursos serão investidos na construção de seis novas barragens.
A primeira delas, a barragem Gameleiro - já licitada - terá a ordem de serviço assinada até o fim deste mês de setembro e atenderá aos municípios de Itapipoca, Tururu e Trairi. A assinatura do contrato aconteceu, na Residência Oficial, durante reunião dos governadores Cid Gomes e Marcelo Déda, de Sergipe, com representantes do Banco Mundial e dos estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte.
Os outros reservatórios contemplados com os recursos, são a Barragem de Umari, que garantirá o abastecimento do município de Madalena; a Barragem Genipapeiro, para atender os municípios de Ipaumirim, Baixio e Umari; a Barragem Mamoeiro, que vai atender o município de Antonina do Norte, a Barragem Jatobá, que irá abastecer o município de Ipueiras e a Barragem Amarelas que garantirá armazenamento de água, em Beberibe.
Com a construção desses novos reservatórios, ficará assegurado armazenamento de água de aproximadamente 180 milhões de metros cúbicos. De acordo com o governador Cid Gomes, só sob a supervisão da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), o Estado tem capacidade de acumulação de 17,8 bilhões de metros cúbicos de água. “Esse ano, o acúmulo de água chegou a 95% dessa capacidade”, explicou Cid Gomes, que considera “absolutamente necessária” a construção desses novos reservatórios, dada as condições climáticas do Estado. “Essas novas barragens darão tranquilidade a população que ainda é castigada com a seca”, definiu.
Desenvolvimento para o Nordeste Durante a reunião, a vice presidente do Banco Mundial para a América Latina e Caribe, Pamela Cox, e o diretor do Banco para o Brasil, Makhtar Diop, anunciaram recursos da ordem de US$ 3 bilhões para serem investidos no Nordeste e elogiaram a superação de problemas decorrentes do fator econômico do Nordeste a partir de 2002. O governador Cid Gomes se prontificou juntamente com o governador Marcelo Déda, a identificarem as potencialidades de cada estado, durante o próximo Fórum de Governadores do Nordeste, previsto para acontecer em Fortaleza. “Nós vamos buscar uma visão da perspectiva de cada estado, numa lógica de projetos que dê unidade a região”, defendeu. Cid Gomes disse ainda que vai propor aos outros estados a busca por recursos em instituições como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e BNDES, além do Governo Federal para que esse montante se multiplique e possibilitem grandes realizações no Nordeste. Cid Gomes ressaltou ainda a importância do Pré-Sal para o Nordeste. Ele voltou a defender a partilha dos royalties de acordo com a regras do Fundo de Participação do Estado (FPE). Ou seja, quem for mais poder, deve ter mais recursos. E enfatizou que os governadores do Nordeste estão apoiando o presidente Lula em relação ao modelo de partilha dos recursos que priorizam o interesse nacional. Sobre a capacidade de endividamento do Estado, Cid foi enfático ao dizer que o Ceará tem uma margem de endividamento de até três vezes a dívida líquida atual. Segundo o diretor Makhtar Diop, a idéia do Banco Mundial é agregar os esforços individuais de cada estado que compoe a região Nordeste e transformá-los em desenvolvimento regional cooperado e coordenado.
“A criação de um Nordeste inclusivo, sustentável e competitivo depende desse diálogo e a partir de agora, serão definidas estratégias para que isso se torne uma realização”, afirmou. Na ocasião foram apresentados dados captados pelo Banco, que ressaltavam as potencialidades de alguns dos estados. De acordo com dados da apresentação, a sugestão é de que sejam enfocadas três eixos: crescimento econômico com inclusão e inovação; gestão hídrica e uso produtivo dela; e investimentos estruturantes.
O governador Marcelo Déda defende maior articulação entre os estados do Nordeste para que a região consiga portas abertas na economia mundial. “Esse é um debate de alto nível do ponto de vista político. A articulação das economias estaduais é um objetivo muito viável, embora complexo, mas que deve ser evidenciado. Devemos começar o compartilhamento das cadeias produtivas”, disse Marcelo Déda, ao criticar a chamada guerra fiscal entre os estados na disputa pela implantação de novas indústrias. O governador de Sergipe citou o projeto do Ceará – Cinturão Digital – que vai disponibilizar banda larga a população de 82% do território urbano do estado. “Um projeto como esse pode ser estendido a nível de região e isso torna o Nordeste competitivo”, destacou.
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