Na fila do elevador e de repente
vejo uma aparição. Chega uma mulher que parecia ter saído de um filme
centro-americano. Cabelo na cintura, cacheado e repicado, de um tom negro daqueles que vc só consegue se
usar uma antiga tinta que vendia nas
barracas de feira da minha terra, era um pó e se chamava “Tinta Sol”. No rosto,
uma maquiagem pesadíssima. Olhos claros.
Blusa decotada, seios fartos expostos num decote profundo. Um colarzinho
discreto pra realçar os peitos. Minissaia estampada e sandália dourada com
pedrarias. O conjunto era uma paleta de
cores indescritível. Uma composição que nem Salvador Dali seria capaz de imaginar. Ainda
bem que eram três horas da tarde.
A rua é tudo.
ML.
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