"No maravilhoso Big Questions Online, li um texto de Roger Scruton, intitulado Against Neurotrash, sobre a singularidade do ser humano. O autor começa por afirmar que existe o terreno da ciência e outro da religião. Ambos diferem e está muito bem que assim seja. Sempre que a ciência contradiz a religião, esta deve simplesmente ceder porque o terreno conquistado já não lhe pertence. Por outro lado, haverá sempre um espaço do qual a ciência nunca será capaz de se apropriar. A propósito, Roger Scruton denuncia certas novas ciências que têm como objectivo principal a reclamação desse espaço. São ciências que se explicam a si próprias. Do saco fazem parte a sociobiologia, a psicologia evolutiva e as neuro-qualquer-coisa: a neuro-ética, a neuro-estética, a neurojurisprudência, etc. Nenhuma responde à pergunta importante. Haver moléculas produzidas pelo nosso cérebro quando estamos apaixonados não justifica o facto de nos termos apaixonado por aquela pessoa e não por outra. A beleza estimular o fabrico de serotonina na fenda sináptica não explica a alegria produzida. Os sorrisos e os beijos jamais serão decifrados. Ser eu e não outra não tem explicação."
Carla Hilário de Almeida Quevedo
Fonte: www.bomba-inteligente.blogs.sapo.pt/
Carla Hilário de Almeida Quevedo
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